País passou do 3º lugar em 2023 para a 7ª posição no Global Business Complexity Index; confira o ranking
A condução de negócios no Brasil tem se tornado menos desafiadora, embora o país ainda enfrente diversas barreiras regulatórias que dificultam a acessibilidade e a operabilidade econômica. Essa é a conclusão da 11ª edição do Global Business Complexity Index (GBCI), divulgada nesta quarta-feira (29), pela TMF Group, empresa de serviços administrativos e de conformidade regulatória.
O índice fornece uma visão abrangente do cenário global de negócios, abrangendo 79 jurisdições que representam 93% do PIB global e 88% dos fluxos líquidos globais de investimento estrangeiro direto (FDI). A análise é baseada em 292 indicadores anuais, desde o ambiente tributário até o desempenho da área de Recursos Humanos em cada país, oferecendo dados essenciais sobre tempos de incorporação, gerenciamento de folha de pagamento e benefícios, regulamentações, tributação e outros fatores de conformidade.
Panorama global
Países como Holanda, Dinamarca, Reino Unido e Hong Kong continuam entre as jurisdições menos complexas para negócios. A Jamaica se destacou neste ano, entrando na lista das dez jurisdições mais favoráveis, subindo para a 70ª posição, em comparação com a 49ª no ano passado. Em contrapartida, a Grécia lidera o índice de complexidade deste ano. A América Latina, com economias como Colômbia, México, Brasil e Peru, ainda é a região mais desafiadora para negócios.
A geopolítica também molda o cenário econômico global atual. Mudanças regulatórias rápidas e complexas, juntamente com instabilidades como a guerra na Ucrânia e sanções econômicas, causam disrupções nas cadeias de suprimentos e nos fluxos de investimentos. Algumas economias emergentes se beneficiam da neutralidade, enquanto outras enfrentam dificuldades crescentes.
“Empresas estão estabelecendo caminhos mais complexos para reduzir riscos em suas cadeias de suprimentos e rotas de mercado, levando-as a operar em ambientes de negócios desafiadores. A TMF Group está aqui para ajudar, proporcionando segurança e conformidade em todas essas jurisdições”, afirma Mark Weil, CEO da TMF Group.
Panorama local
O Brasil passou do primeiro lugar em 2022 para o terceiro em 2023 e, atualmente, ocupa a sétima posição no Global Business Complexity Index. Este avanço se deve mais ao aumento da complexidade em outras jurisdições do que a mudanças significativas no país. A complexidade tributária brasileira, caracterizada por variações locais e legislações diversificadas, é um dos principais desafios. A escolha do regime tributário e o planejamento das operações requerem profundo conhecimento local, especialmente devido às variações nos regimes trabalhistas e sindicais.
Reformas tributárias propostas pelo governo também geram incertezas, com possíveis aumentos de impostos nos setores de serviços e TI. Incentivos para reduzir os impostos trabalhistas e incentivar a contratação estão sendo reconsiderados, causando preocupações entre as empresas.
Apesar dos desafios, o Brasil busca expandir seu comércio global, especialmente no setor agropecuário. Esforços para ingressar na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), fortalecer relações comerciais internacionais e promover a integração regional via Mercosul estão em andamento. A ação do Banco Central do Brasil para controlar a inflação sugere um cenário de maior previsibilidade econômica, com redução do custo de capital e das taxas de inflação.
“O Brasil sempre foi um país complexo, mas temos observado avanços significativos rumo à simplificação nos últimos anos. Esforços para atrair investimento estrangeiro, avanços na regulamentação cambial e políticas tributárias estão criando um ambiente mais favorável para investidores,” diz Carolina Secches, Diretora de Global Entity Management da TMF Group no Brasil.
Ambiente desafiador
Para prosperar nesse cenário desafiador, empresas precisam se adaptar. A tecnologia surge como uma ferramenta essencial para impulsionar o crescimento e melhorar a eficiência. Contudo, garantir e manter talentos qualificados é fundamental para o sucesso, enfrentando desafios como leis trabalhistas rígidas e falta de profissionais qualificados.
“O cenário econômico global exige flexibilidade e inovação. No Brasil, desburocratização é crucial, especialmente em termos de tributos e investimentos estrangeiros, mas ainda há um caminho a percorrer,” reforça Secches.
Ranking das 10 economias mais complexas:
1º Grécia
2º França
3º Colômbia
4º México
5º Bolívia
6º Turquia
7º Brasil
8º Itália
9º Perú
10º Cazaquistão
As economias menos complexas
70º Jamaica
71º Ilhas Virgens Britânicas
72º Jersey
73º Reino Unido
75º Nova Zelândia
76º Hong Kong
77º Dinamarca
78º Curaçau
79º Ilhas Cayman