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C-390 pronto para combater incêndios

Cargueiro multimissão brasileiro pode transportar tropas e reabastecer outros aviões em voo, concorrendo com o envelhecido C-130 Hércules

A Embraer concluiu com sucesso os testes em voo para a certificação do Sistema Modular Aerotransportável de Combate a Incêndios (MAFFS II, na sigla em inglês). O nome complexo batiza o mecanismo que confere ao avião cargueiro militar C-390 Millennium a capacidade combate a incêndios florestais (CIF, na sigla militar). Conduzidos no campo de provas de Gavião Peixoto, no interior do Estado de São Paulo, os ensaios estabeleceram como pilotos e tripulantes devem agir para enfrentar queimadas mediante o despejo de água e produtos químicos retardantes de fogo. Os voos rasantes foram estudados para determinar quais as melhores velocidade, altura e ângulo para atuar em cada tipo de terreno e condição de vento.

Agora será possível à fabricante oferecer o C-390 com a nova configuração. O sistema permite o lançamento de 3.000 galões de água (aproximadamente 11.300 litros) em um sobrevoo de poucos segundos sobre o alvo. Uma vantagem competitiva de fábrica em tempos que incêndios descontrolados atingem áreas rurais e de floresta em dezenas de países, exigindo esforços e gastos diários de milhões de dólares.

A intenção da Embraer com o C-390 Millennium e sua versão para reabastecimento aéreo, o KC-390, é concorrer diretamente com o veterano americano Hércules C-130, da Lockheed, um projeto consagrado, mas que voou pela primeira vez em 1954 e se encontra no limite das possibilidades de atualização. Moderno, econômico, com um hangar de carga com as mesmas dimensões do concorrente direto, a nova aeronave multimissão de transporte militar brasileira tenta abocanhar parte da gorda fatia do cargueiro dos EUA, que possui mais de 2,5 mil unidades construídas em 40 versões vendidas para 60 países. Uma variedade que acaba encarecendo a manutenção e prejudica a disponibilidade.

Com 8 aeronaves concluídas, o C-390 foi encomendado pelas forças do Brasil, Holanda, Portugal e Hungria, despertando interesse da República Tcheca e países sul-americanos, como o Chile. Cada unidade chegou a ser cotada por perto de US$ 60 milhões, preço US$ 10 milhões inferior ao do Hércules.

Para facilitar a vida dos clientes, o sistema de lançamento do novo bombeiro aéreo foi projetado para ser empregado em associação com o Sistema de Manuseio de Carga (ou Cargo Handling System – CHS, na sigla em inglês). O MAFFS II pode ser rapidamente instalado e removido a partir de um trailer que vem acoplado. Para funcionar, o sistema requer apenas a energia produzida pela aeronave, dispensando motores auxiliares.

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