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Com exames e serviços, coworking para médicos e dentistas ganha vez

OPT.DOC nasce como negócio imobiliário e de gestão, mas assume uma vocação de serviço tecnológico na área de saúde

Era esperado que o crescimento do coworking provocasse algum tipo de especialização para atender nichos. Em São Paulo, começa a ganhar terreno o compartilhamento entre médicos e dentistas em espaços que oferecem serviços de agendamento, secretariado, pacotes para exames no local e meios de pagamento com taxas mais acessíveis por serem negociadas em bloco. É o que faz a primeira unidade da OPT.DOC, na Vila Nova Conceição, em São Paulo.

Inaugurado no primeiro semestre de 2020, no início da pandemia, ter sobrevivido mostra que essa alternativa de negócio imobiliário enquanto serviço é viável se bem modelada. Em menos de dois anos e meio, mais de 500 profissionais de saúde usaram o espaço por períodos variados de tempo. Até o final de 2023, a empresa prevê mais quatro unidades em bairros paulistanos – uma segunda na Vila Nova Conceição, outra em Higienópolis e a quarta, para exames de imagem, em Pinheiros. Instalada na avenida República do Líbano, a unidade inaugural conta com oito salas para médicos e 12 para dentistas. A intenção é concorrer como opção mais barata e eficiente aos tradicionais prédios de consultórios, onde não há compartilhamento de custos e serviços sob demanda, apenas espaço físico e contas a pagar.

Serviço tecnológico

Por enquanto, a OPT.DOC é uma operação de casal, da arquiteta Patrícia Del Gaizo Maia e do tributarista Márcio Miranda Maia. O início do retorno do investimento deles se deu em dois anos e pouco. Uma plataforma digital controla os check-ins/check-outs, agendas e uso de salas. Na Vila Nova Conceição, dentistas contam uma fresadora para a modelagem de dentes na hora – evitando a colocação de próteses provisórias que requerem idas e vindas. Também é possível fazer uma tomografia de rosto na hora. Na futura unidade de exames de imagem, o casal de empreendedores quer fechar um convênio para a instalação de aparelhos de grande porte para diferentes tipos de ressonância magnética e tomografias. Outro desejo é criar um coworking para otorrinolaringologistas.

Com o modelo testado e aprovado, cada unidade custará entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões, com retorno total do investimento em até quatro anos, dependendo do ponto e dos equipamentos oferecidos – como há alguma ociosidade ou equipamentos devolvidos aos fabricantes, a expectativa é negociar o uso por valores mais baixos. No espaço, há ainda uma sala para cursos, vestiário médico, lockers (para que cada um guarde seus materiais, instrumentais e equipamentos, quando não está com a sala alugada), conforto médico e o espaço café.

“É uma opção mais inteligente e adequada ao perfil do mercado e da economia”, destaca Maia, explicando que há muita ociosidade nas clínicas particulares e muita demanda dos pacientes, que acabam demorando em dar continuidade aos tratamentos por precisarem buscar agendamento pelos convênios. O que eles querem com o coworking de saúde é encurtar esse caminho. Mas há alguns detalhes. O modelo já é testado no mercado maduro dos Estados Unidos, porém por lá não há tanta interação na parte de exames. “Nascemos com uma proposta imobiliária, mas aos poucos viramos também um serviço tecnológico”, conta o tributarista, que já foi procurado por investidores.

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