Causa veio da desaceleração de quase 11% no consumo de aço no Brasil. Mesmo assim resultado foi considerado excelente
A empresa de siderurgia e mineração ArcelorMittal reportou ao mercado nesta segunda-feira (24) um lucro líquido de R$ 9,1 bilhões no ano passado, uma queda de 33,4% em relação ao ano anterior. A companhia justificou os resultados com a queda de 10,9% no consumo de aço no país (para 23,4 milhões de toneladas), com o recuo das vendas internas em 9,1% (para 20,2 milhões de toneladas) e com o encolhimento da produção de aço bruto em 5,8% (para 34 milhões de toneladas). Os dados são do Instituto Aço Brasil. Ainda assim, segundo a ArcelorMittal, 2022 foi um ano de excelente performance.
A receita líquida da empresa subiu 3,8% em 2022, totalizando R$ 71,6 bilhões. O ebitda, de R$ 14,9 bilhões, recuou de 26% sobre 2021, mas ainda suficiente para o alcance de uma margem ebitda de 21%. A produção de aço também foi expressiva, totalizando 12,7 milhões de toneladas e 3,3 milhões de toneladas de minério, queda de 5,3% e 1,4% respectivamente em relação ao ano anterior.
O volume de vendas de aço diminuiu menos, para 12,4 milhões de toneladas (-0,9%) sendo que, desse montante, 7,4 milhões de toneladas (60%) foram destinadas ao mercado interno e 5 milhões (40%) ao mercado externo. Os resultados incluem as operações brasileiras de aço e mineração e as operações das empresas controladas da Acindar, na Argentina, da Unicon, na Venezuela, e ArcelorMittal Costa Rica.
“Estes resultados foram possíveis por nossa resposta rápida e assertiva para períodos de oscilações, ajustando a produção com agilidade às demandas dos mercados nacional e internacional e implementando medidas para a preservação do caixa, redução de custos, otimização de processos e aumento da produtividade”, afirmou o presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração LATAM, Jefferson De Paula (imagem).
Investimentos
A empresa manteve seu programa de investimentos em expansão, o maior em andamento atualmente no setor siderúrgico brasileiro, de R$ 7,7 bilhões. O objetivo é o aumentar a capacidade instalada, modernizar a base industrial e capacitar as unidades para fabricação de aços tecnológicos e exclusivos, além de ampliar a produção de minério de ferro, entre 2022 e 2025.
A empresa está investindo R$ 2,5 bilhões na unidade Monlevade para quase duplicar a capacidade de produção, de 1,2 milhão para 2,2 milhões de toneladas/ano de aço bruto. Na Mina do Andrade, fornecedora de minério de ferro para a planta, a produção passará de 1,5 milhão para 3,5 milhões de toneladas/ano. Já na usina de Vega, em São Francisco do Sul (SC), o R$ 1,9 bilhão é destinado para inserção de novos itens ao portfólio de produtos revestidos de alta resistência destinados aos setores automotivo e de eletrodomésticos, com previsão de inauguração ainda no quarto trimestre deste ano. Na Mina Serra Azul, em Itatiaiuçu, o aporte é de R$ 1,8 bilhão para elevar a produção de 1,6 milhão para 4,5 milhões de toneladas/ano de minério de ferro.
Na planta industrial de Barra Mansa (RJ)], os recursos somam R$ 1,3 bilhão para aumentar a fabricação de aço em 500 mil toneladas ao ano com ampliação do portfólio de produtos e soluções voltados aos mercados da indústria (setor automotivo e energia) e construção civil. Na planta industrial de Sabará, os investimentos são de R$ 144 milhões, que permitirão aumentar a capacidade em 35% de trefilados.