Segundo a XP, “cisne roxo” pode chegar a um market share de 7% em telefonia móvel nos próximos 3 anos
Após o Nubank entrar de maneira discreta no setor de telecom, com uma licença de mobile virtual network operator (MNVO) em parceria com a Claro, a XP se atentou ao movimento com um relatório divulgado que classifica a estreia como um “cisne roxo”, que pode ameaçar concorrentes como a Vivo e a TIM.
Nas contas da XP, o Nubank pode chegar a um market share de 7% em telefonia móvel nos próximos 3 anos, alavancado pelo baixo custo de aquisição e de servir os clientes, além de sua participação de 22% no mercado de recargas. O valor presente líquido da iniciativa pode chegar na casa dos US$ 650 milhões.
Os MVNOs são empresas parceiras que oferecem planos de telefonia móvel sob suas marcas por meio de um aluguel da capacidade de rede da operadora. No caso do Nubank, a expectativa é que o serviço entre em operação no terceiro trimestre deste ano.
Por outro lado, o Bradesco BBI exemplificou a experiência da Porto Seguro, que tentou entrar sem sucesso neste mercado. “A qualidade da rede será a mesma oferecida pelo operador que aluga a capacidade. Em termos de preço, também é difícil ser mais competitivo que o operador que está vendendo a capacidade”, argumentou a equipe do banco.
Outra dificuldade apontada pelos especialistas é que, no Brasil, a oferta de telefonia móvel vem crescendo nos combos com Internet e serviços fixos, um produto que o Nu não consegue oferecer. “É possível ganhar algum market share por meio da distribuição mais efetiva e da boa reputação de marca, mas os principais fatores de sucesso continuam sendo a qualidade da rede e o preço competitivo, que são desafios grandes para as MVNOs atingirem comparado com os operadores já estabelecidos”, avaliou o BBI.
A mais vulnerável nesse cenário seria a TIM, na avaliação da XP, por conta da sua maior dependência de planos pré-pagos e Controle. Já a Vivo tem mais penetração em planos pós-pagos e combos com outros serviços, o que a deixa mais protegida, pondera a corretora.