O turismo será um dos setores da economia mais afetados pela pandemia do coronavírus. Em entrevista a MONEY REPORT, Luigi Rotunno, CEO do Grupo La Torre e ex-presidente da Associação Brasileira de Resorts (ABR), avalia o momento dramático no Nordeste e fala das ações que os empresários da região estão tomando para enfrentar o período de incertezas.
Quais são os impactos do coronavírus no setor de turismo no Nordeste até o momento?
Teremos o termômetro verdadeiro até o final do mês, mas a situação se agrava a cada minuto. A venda futura está registrada e a dúvida que fica hoje é se ela vai acontecer. Já a nova venda praticamente paralisou nos últimos. Entre os fatores que observamos está qual será o comportamento das companhias aéreas. A tendência é que, com a possível redução do tráfego, as empresas cortem voos para destinos turísticos.
Que ações você tem tomado para amenizar os efeitos da crise?
A dúvida hoje é se vamos continuar abertos ou ter que fechar. O hotel menor até consegue funcionar, mas em resorts, com estrutura grande, não tem como se manter. Por isso, estamos em processo para reduzir custos. Colocar a estrutura no regime mínimo de funcionamento. Também tomamos a decisão de pedir uma contribuição voluntária aos funcionários que têm salários mais elevados, com uma redução de 30% nos próximos três meses. A aposta na coletividade como solução pode salvar os empregos de quem recebe menos.
Em relação ao Poder Público. Que medidas podem aliviar os impactos para o setor?
O cenário pode ficar ainda pior, porque muitas empresas estão antecipando as férias e o período está sendo usado para a quarentena. As pessoas vão ficar em casa, não vão viajar. Isso vai impactar diretamente nas operações em julho, nosso segundo período de alta temporada. Então estamos aguardando medidas dos governos para o setor. Uma delas seria zerar a carga tributária nos próximos meses.