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CPI da Americanas encerra sem apontar culpados no rombo

Relatório que isenta ex-diretores e acionistas da varejista foi aprovado nesta terça (26) sem pedidos de indiciamento

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Americanas aprovou na noite desta terça-feira (26) o relatório do deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), que cita possível fraude de mais de R$ 20 bilhões nos balanços financeiros da companhia, mas não propõe o indiciamento de ninguém. O parecer contém 353 páginas e foi aprovado por 18 votos a 8. As federações PT/PCdoB/PV e PSOL/Rede e o PL se posicionaram contra o texto. O PP liberou a bancada, por ter deputados com posições diferentes.

No parecer, Chiodini afirmou que o conjunto probatório, de fato, converge para o possível envolvimento de pessoas que integravam o corpo diretivo da companhia, “contudo, os elementos até então carreados não se mostraram suficientes para a formação de um juízo de valor seguro o bastante para atribuir a autoria e para fundamentar eventual indiciamento”, apontou.

Em janeiro deste ano, a Americanas entrou em recuperação judicial após declarar inconsistências fiscais de R$ 20 bilhões e uma dívida de R$ 43 bilhões. O caso gerou suspeitas de fraude e está sendo investigado pela Justiça. A CPI instalada em 17 de maio tinha o objetivo de apurar essas inconsistências. Durante os quase quatro meses de trabalho, a comissão ouviu ex-diretores das Americanas, além dos advogados responsáveis pela recuperação judicial da companhia e autoridades encarregadas das investigações.

Em nota encaminhada à CPI e que integra o parecer final, a Americanas informou que confia na competência de todas as autoridades envolvidas nas apurações e investigações, à frente das conduções de delações homologadas já em segredo de justiça, que devem trazer ainda mais robustez às já contundentes provas apresentadas.

Ainda segundo a companhia, o relatório apresentado na CPI “se baseia em documentos levantados pelo Comitê de Investigação Independente, além de documentos complementares identificados pela Administração e seus assessores jurídicos, que formataram os documentos em um relatório que indica que as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas, capitaneada pelo senhor Miguel Gutierrez.”

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