A fundadora da startup de testes de sangue Theranos, Elizabeth Holmes (37) foi condenada por fraude nesta terça-feira (4). Ela foi considerada culpada por transformar sua empresa em uma farsa sofisticada que enganou investidores e pacientes para apoiar uma tecnologia revolucionária de teste de sangue por picada de dedo que nunca funcionou.

Um júri a condenou por duas acusações de fraude eletrônica e duas acusações de conspiração para cometer fraude após sete dias de deliberações que seguiram um julgamento de três meses. Holmes enfrentou 11 acusações e foi considerada inocente de quatro delas. Ela se livrou de outras três mediante um impasse dos jurados. Quando pronunciada a sentença ela poderá pegar 20 anos de prisão para cada acusação, embora especialistas legais acreditem que a probabilidade de sentença máxima seja reduzida.

Considerada uma estrela do Vale do Silício, Elizabeth fundou a Theranos quando tinha apenas 19 anos. Em 2015 a empresa estava avaliada em US$ 9 bilhões. Foi quando ela se propôs a criar uma maneira menos dolorosa e mais conveniente e barata de detectar doenças e outros problemas de saúde. Em vez de uma agulhada na veia, apenas algumas gotas de sangue com uma picada no dedo. O conceito – e a forma como Holmes o apresentou – cativou investidores ricos e ajudou a Theranos a levantar mais de US$ 900 milhões. Bilionários como Rupert Murdoch e Larry Ellison colocaram a mão no bolso.

Contudo, um mês depois da avaliação de US$ 9 bilhões da empresa, o Wall Street Journal revelou que a tecnologia de teste de sangue da empresa era tão falha que a Theranos estava usando equipamentos de outras empresas em seus laboratórios. Em 2018, após uma investigação por reguladores médicos e financeiros, acusações de fraude foram movidas contra Holmes e Ramesh ‘Sunny’ Balwani, seu ex-namorado e CEO da Theranos.