Criada no interior do Rio Grande do Sul, agrotech atua em quase todo o país integrando softwares e hardwares na gestão de vinícolas e agroindústrias
Apesar dos efeitos climáticos e de fatores econômicos globais, o agronegócio segue surpreendendo com soluções de produtividade. É o caso da startup Elysios, nascida no Rio Grande do Sul para automatizar e melhorar processos. Parece pouco e algo muito específico, mas há uma vasta área de atuação aberta.
Em 2019, o economista Frederico Apollo Brito colocou em prática o plano que o tornou CEO. Ele começou com controle automatizado de estufas para o setor vitivinícola instalado na Serra Gaúcha. Com a expansão do negócio, desenvolveu a Demetra, plataforma de soluções integradas para agroindústrias, cooperativas e consultorias agrícolas.
Na prática, se trata de um caderno de campo digitalizado que cruza registros e permite acompanhamentos mais precisos a preços competitivos. Se algo fugir do planejado, como pragas ou adversidades climáticas, a equipe técnica dos clientes é avisada remotamente e em tempo real para agir antes que as perdas fiquem graves. O segredo está na velocidade.
Como funciona
- Nas agroindústrias: gerenciamento de cadeia de fornecimento, comprovando a procedência de vegetais e centralizando a gestão;
- Em cooperativas: integra produtores associados, desde registros de campo, assistências técnicas, estimativas de safra e agendamentos de entrega;
- Consultores agrícolas: melhora a reação da assistência à cadeia agrícola, com serviços de rastreabilidade de cultivo, recomendações de manejo preventivo, auxílio na tomada de decisões e geração de relatórios.

O CEO da Elysios explica que o setor vitivinícula é a principal área de atuação, com destaques para a Aurora e Chandon. Além dessas, Syngenta, Bayer e Corteva compõem o portfólio da agrotech, que promete uma entrega de economia de 30% para insumos e ganhos de produtividade de 20%. Com a afinação da plataforma, a expectativa é crescer 100% em um ano, ganhando corpo para voos mais altos. Nas palavras de Brito, a Elysios almeja se tornar uma espécie de “Apple do agro”, com ferramentas e soluções que fortaleçam a gestão financeira, a previsibilidade e a qualidade da colheita. Exageros de lado, é algo que os brasileiros aprenderam a fazer para chegar ao duradouro boom das commodities. “Atuamos desde o controle de insumos e irrigação até produção de grãos”, afirmou.
A vantagem é que aplicações de internet das coisas (IoT) e inteligência artificial caíram no gosto de grandes produtores pelas facilidades oferecidas. Com isso, a empresa conseguiu entrar nos mercados densos de São Paulo e do Cerrado, obtendo clientes também no Nordeste. Nesse cenário, produtores e processadores de frutas buscam as aplicações da empresa. Tudo com apenas 12 funcionários de tecnologia.
“Vemos espaço para crescer, principalmente no Sudeste com irrigação automatizada e controles de produção. Temos um caminho amplo na parte de pesquisas e grandes companhias de fertilizantes optam por tecnologia nacional”, complementa Brito.
Presente em 17 estados, a Elysios quer aproveitar da melhor maneira possível o momento. Sediada em Porto Alegre (RS), abriu um escritório em Piracicaba (SP). Com a marca em vias de solidificação, a empresa buscará a internacionalização. O alvo já está medido. Querem atuar com cultivos frutíferos, como maçã, pêssego, café e cítricos, além de vinícolas e grãos, onde já estão firmes por aqui.