Negócio impulsionado pela Guerra da Ucrânia, aeronave será substituto dos veteranos C-130 Hercules
O Embraer KC-390M foi a aeronave escolhida pelo Ministério da Defesa da Holanda para substituir as aeronaves C-130H Hercules da Força Aérea do país. Cinco novas aeronaves serão fabricadas pela Embraer no Brasil, e entregues a partir de 2026. É o terceiro contrato de exportação do modelo, todos eles no estratégico mercado europeu da Otan (aliança militar liderada pelos EUA). Antes, Portugal havia adquirido cinco unidades e a Hungria, duas.
De acordo com o comunicado do Ministério da Defesa da Holanda, os atuais quatro C-130H serão substituídos pelos KC-390 até o final desta década. A substituição imediata é pela necessidade de mais horas de voo, escreve Van der Maat, Ministro da Defesa da Holanda. Ele se refere às evacuações no Afeganistão em 2021 e à situação de segurança drasticamente alterada no flanco leste da Europa como a motivação para expandir o uso da frota.
“A Embraer está honrada com a decisão. Reconhecendo que ainda há muito trabalho a ser feito nos próximos meses, estamos comprometidos com o sucesso desta nova fase de cooperação. Neste processo, a Embraer tem o compromisso de aprofundar ainda mais a colaboração com a indústria local e os centros de pesquisa”, disse a fabricante brasileira em nota.
Guerra na Ucrânia
Diversos países do continente têm refeito suas contas militares desde que Vladimir Putin invadiu o vizinho, em 24 de fevereiro. Este é o primeiro negócio que a Embraer fecha sob essa nova realidade, que até aqui vinha favorecendo basicamente fabricantes norte-americanos —a mesma Lockheed derrotada na Holanda fornece o moderníssimo caça de quinta geração F-35, que a guerra fez virar item de compra da Alemanha.
Não há valores divulgados, mas Van der Maat disse ao Parlamento holandês nesta quinta-feira (16) que a previsão com a ampliação das horas de voo estimadas para os aviões é de algo entre € 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) e € 2,5 bilhões (R$ 13,36 bilhões).