Granes corporações estão mudando o foco, afastando-se das agendas sociais progressistas para priorizar a eficiência nos negócios e os valores tradicionais
Nos últimos meses, diversas empresas globais têm se distanciado de práticas associadas à chamada “agenda woke”, um conjunto de iniciativas voltadas à inclusão e ao ativismo social que geraram polêmicas e impactos financeiros negativos.
Muitas dessas empresas estavam adotando políticas progressistas desde 2020, quando a comoção causada pelo assassinato de George Floyd impulsionou grupos identitários a pressionar marcas a adotar suas agendas. No entanto, a crescente resistência e a mudança de foco para práticas mais tradicionais e eficientes ganharam destaque no último ano.
A seguir, destacamos algumas mudanças estratégicas recentes de grandes corporações.
Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads)
Mark Zuckerberg surpreendeu ao anunciar o fim da era woke na Meta, admitindo que a empresa cedeu à pressão ao censurar usuários. Agora, a Meta promete priorizar a liberdade de expressão, deixando para trás pautas progressistas que marcaram os últimos anos.
Budweiser
Após enfrentar um boicote massivo nos Estados Unidos, que resultou em uma perda estimada de US$ 1,4 bilhão para a marca Bud Light, a Budweiser apostou em uma reaproximação com suas raízes tradicionais. Recentemente, a empresa lançou uma campanha publicitária que busca recuperar a confiança de seu público. Confira o comercial.
Jack Daniel’s
A marca de uísque, sob o conglomerado Brown-Forman, anunciou sua saída do sistema de pontuação da Human Rights Campaign, que avalia o compromisso das empresas com os direitos das minorias, simbolizando sua desconexão com o ativismo social.
McDonald’s
A rede de fast food, que opera cerca de 41,8 mil restaurantes em mais de 100 países, anunciou uma postura de neutralidade ideológica. A empresa pretende focar em eficiência corporativa e resultados concretos, deixando de lado práticas que geravam controvérsias relacionadas a questões sociais e políticas.
Target
Uma das maiores redes de varejo dos Estados Unidos, a Target anunciou mudanças em suas políticas internas. A empresa proibiu que clientes escolhessem banheiros ou provadores com base em identidade de gênero, uma decisão que gerou repercussões entre consumidores e ativistas.
Amazon
Sob o comando de Jeff Bezos, a gigante do comércio eletrônico também anunciou mudanças. A empresa decidiu abandonar práticas inclusivas consideradas desatualizadas e planeja focar em políticas que promovam eficiência e resultados efetivos, beneficiando todos os públicos de maneira ampla.
Boeing
A fabricante de aeronaves eliminou seu departamento global de diversidade, equidade e inclusão após a chegada de um novo CEO, que buscou racionalizar as operações da empresa. A medida foi vista como uma tentativa de recuperar o foco nos negócios, deixando para trás práticas de recrutamento voltadas para grupos minoritários
Toyota
Após bancar o projeto de uma ONG que ensina ideologia de gênero para crianças e adolescentes, a Toyota recuou e se comprometeu a patrocinar apenas eventos ligados à ciência e à tecnologia, ou voltados para a formação profissional, evitando envolvimento com pautas sociais controversas.
Harley Davidson
Famosa por sua imagem de liberdade individual e patriotismo, a Harley Davidson cortou suas iniciativas woke, incluindo o patrocínio a paradas e desfiles pró diversidade, focando em sua identidade como uma marca que celebra a independência.
John Deere
Líder mundial na fabricação de maquinários agrícolas, a John Deere também ajustou suas diretrizes. A empresa decidiu não adotar mais o uso de “pronomes preferidos” entre funcionários e deixou de associar o capitalismo ao racismo. Antes, a companhia recomendava a leitura de obras como O Bebê Antirracista, mas agora afirma buscar maior neutralidade em suas políticas internas.
Supply
A maior revenda de maquinários agrícolas dos Estados Unidos comunicou o fim de seus programas de DEI, incluindo o apoio a causas relacionadas ao aquecimento global, adotando uma postura mais conservadora e centrada nos negócios.
Disney
A gigante do entretenimento iniciou um tímido retorno aos seus valores tradicionais, com foco em sua imagem como um destino “family-friendly” (amigável para a família), principalmente nos parques temáticos, afastando-se de pautas sociais que haviam gerado controvérsia.
Washington Commanders
Após ceder à pressão de militantes identitários e alterar seu nome de “Washington Redskins” para “Commanders”, o time de futebol americano foi criticado por seus próprios fãs. Em resposta, recuperou o logotipo tradicional da franquia e lançou uma linha de merchandising dedicada a antigos ídolos da equipe.