Precificações dinâmicas e agilidade operacional, solução tecnológica pode atrair clientes com promoções em períodos específicos
A rede Walmart anunciou que vai testar etiquetas digitais para indicar os preços de produtos nas gôndolas de 500 lojas nos EUA. A iniciativa já está em curso em outros varejistas de calçados e vestuário. A expectativa é de que a solução traga mais eficiência na precificação dos itens e aumento da rentabilidade. Segundo Fábio Trivedi, gerente de Expansão da DM, grupo de serviços financeiros que traz a solução para o Brasil, a tecnologia foi um dos destaques da NRF 2024, maior evento de varejo do mundo, promovido pela National Retail Federation. A solução pode ser proveitosa para o mercado brasileiro, com possíveis benefícios até para a sustentabilidade dos negócios.
Mas o que há de novo? “O uso das etiquetas digitais tende a trazer um aumento da rentabilidade por meio da precificação dinâmica, na qual o varejista altera os preços na hora, fazendo promoções relâmpago, por exemplo”, analisa o executivo. Os ajustes também podem ser feitos com base no estoque de produtos, novas compras com fornecedores, dados da inflação e até mesmo com base nos períodos de menor movimentação das lojas.
É necessário, contudo, cautela e clareza na comunicação com o cliente, para que ele não se sinta lesado durante as compras, já que uma operação relâmpago pode começar ainda quando ele estiver saindo pelo estacionamento. “Acredito que mencionando o preço cheio e o preço de desconto, bem como o uso de cores chamativas reforçando o apelo visual da oferta, pode fazer o cliente compreender melhor a dinâmica. Para evitar que o cliente chegue ao caixa com um preço diferente do que estava na gôndola, a sugestão é que os ajustes sejam de um dia para o outro, por exemplo”, pondera Trivedi.
De onde vem?
Segundo o executivo da DM, em cidades como Nova York, as rotulagens com chips são utilizadas para mostrar informações de procedência, composição e dados que ajudam na decisão. “Além disso, as lojas utilizam painéis de LED no interior com algumas promoções ou anúncios de produtos específicos. Essas tecnologias têm maior eficiência quando trabalhadas em conjunto, e podem ser administradas por meio de aplicativos”, explica.
Os cortes de custos operacionais compensariam o investimento. “Além de contribuir para a conservação do meio ambiente, já que dispensam o uso de papel e plástico rapidamente descartados, os códigos reduzem erros operacionais, custos, facilitam a organização e dão agilidade na atualização das informações sobre cada item”, informa o executivo. Em tese, bastaria um clique no sistema.
Na opinião de Fábio Trivedi, o varejo brasileiro já está pronto para receber a tecnologia. “Alguns supermercadistas parceiros da DM já fazem uso das etiquetas digitais, reconhecendo justamente o potencial dessa tendência. Nossos supermercados podem ter bons ganhos com tal solução, justamente por suprir a necessidade de atender mais rapidamente às demandas dos clientes, que têm sido cada vez mais dinâmicas e desafiadoras”, finaliza.