A pandemia deve mudar de vez a configuração do trabalho nos Estados Unidos. Pelo menos, 20% de toda a atividade laboral pode ser feita remotamente, isso é muito diferente dos 5% anteriores a calamidade global, aponta o Why Working from Home Will Stick (NBER Working Paper) por Jose Maria Barrero, Nicholas Bloom e Steven J. Davis . Os pesquisadores estimam que a produtividade aumentará e que os gastos nos centros urbanos diminuirão em relação aos níveis pré-covid.

Entenda o que mudou no trabalho

• Os resultados se baseiam em entrevistas com grandes companhias e em pesquisas mensais de maio de 2020 a março de 2021 com pessoas de 20 a 64 anos que ganham pelo menos US$ 20 mil em 2019;
• Os entrevistados se mostraram satisfeitos com a experiência home office e relataram ganho de produtividade;
• Os trabalhadores investiram em média 15 horas de tempo e US$ 560 para atualizar seus espaços de trabalho em casa;
• As empresas investiram em computação, cloud empresarial, cibersegurança e outras tecnologias;
• O número de patentes para inovações tecnológicas para acomodar o trabalho domiciliar mais que dobrou de janeiro a setembro de 2020;
• Conforme a vacinação avança nos EUA e os empregados se mostram satisfeitos com o modelo, os pesquisadores estimam que o caminho natural será a adequação ao híbrido, já que as empresas perceberam aumento de produtividade. O modelo representará uma alta na economia pós-pandemia de 4,6%;
• O maior ganho avaliado pelas empresas é em deslocamento dos colaboradores. Menos de 30% dos entrevistados afirmam que retornarão totalmente às atividades presenciais. O restante desconfia do transporte público e ambientes de massa;
• Entretanto, o trabalho remoto se mostra possível aos mais escolarizados. A proporção de entrevistados que trabalharam em casa variou de 10% aos sem diploma de ensino médio a 50% para aqueles com pós-graduação;
• A parcela era mais de duas vezes maior entre aqueles que ganhavam acima de $ 150 mil do que entre aqueles na faixa de $ 20 mil a $ 50 mil.