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Exame: avaliada em US$ 3 bi, Patagonia é “doada” à causa ambiental

Yvon Chouinard, esposa e filhos repassaram todo capital da marca esportiva para a defesa da natureza. O que aconteceu

Fundador e proprietário da marca de roupas esportivas Patagonia, o alpinista e bilionário Yvon Chouinard decidiu colocar um ponto final na companhia ao doá-la para a caridade. Conhecido por ser perfil excêntrico e também ambientalista, Chouinard decidiu doar 100% da companhia, avaliada em US$ 3 bilhões, para fundos e organizações sem fins lucrativos que atuam no combate ao aquecimento global, informou o New York Times. Para tanto, a esposa do empresário e seus dois filhos adultos também abriram mão de suas partes nos ganhos na empresa.

A partir de agora, todo o lucro da companhia (algo como US$ 100 milhões por ano), será destinado à causa ambiental por meio do Holdfast Collective, uma ONG dedicada à preservação do meio ambiente — e para a qual os Chouinard também doaram 98% do capital social da empresa.

“Esperamos que isso influencie uma nova forma de capitalismo que não acabe com algumas pessoas ricas e um monte de pessoas pobres”, disse Chouinard em entrevista ao portal americano.“Vamos doar o máximo de dinheiro para as pessoas que estão trabalhando ativamente para salvar este planeta.”

História

Com mais de meio século, a Patagonia foi fundada por Chouinard sob uma perspectiva humanista, fazendo do (ex) bilionário um dos principais nomes à frente do capitalismo consciente, movimento que busca conscientizar empresas sobre a geração valor que extrapola o aspecto financeiro.

A empresa vinha desde a década de 70 apoiando revoluções em favor de uma moda mais consciente, abdicando de matérias-primas poluentes e contrariando a lógica da substituição rápida de peças. Em 2011, por exemplo, um anúncio da companhia durante uma campanha de Black Friday buscava conscientizar compradores sobre o consumo desenfreado incentivando-os a “não comprar” produtos da marca.

Ex-bilionário e filantropo

Agora, ao abrir mão da companhia, Chouinard entona o discurso de um número crescente de bilionários que se dispõem a abrir mão de suas fortunas em favor de um posicionamento social mais igualitário — e que poderia, até então, ser facilmente questionado, tendo em vista o valor presente em suas contas correntes.

Ao lado do americano estão também executivos como David Vélez, fundador do Nubank, que no ano passado prometeu doar toda sua fortuna de US$ 5 bilhões ainda em vida.

Bill Gates, fundador da Microsoft, pode ser considerado o precursos do movimento. O executivo fundou, ao lado de Melinda French e Warren Buffet,o The Giving Pledge, iniciativa que mobiliza as pessoas mais ricas do planeta a doarem suas fortunas para combater problemas globais. No movimento, além dos criadores (e Vélez) estão nomes como Elon Musk e Mark Zuckerberg.

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Por Maria Clara Dias

Publicado originalmente em: cutt.ly/yC9iCUV

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