Receita de investment banking surpreende e sobe mais de 40% em relação ao quarto tri
Como um relógio, o BTG Pactual voltou a renovar recordes de lucro e receita no primeiro trimestre, puxados por praticamente todas as áreas de atuação do banco.
O lucro chegou a R$ 2,9 bilhões nos primeiros três meses do ano, alta de 27,7% em relação ao mesmo período de 2023. As receitas totais avançaram 22,7% no mesmo período, para R$ 5,9 bilhões.
As despesas subiram apenas 14% no intervalo, corroborando a tese de alavancagem operacional da companhia. O cost to income, indicador que mede o quanto das receitas é consumido por custos, caiu de 39,3% no primeiro trimestre de 2023 para 37,5% este ano.
Nesse contexto, o BTG (do mesmo grupo de controle da Exame) começou o ano já na trajetória prometida para 2024, de continuidade de aumento do retorno sobre patrimônio.
Entre janeiro e março, o ROE ficou em 22,8%, 0,1 ponto percentual acima do número do quarto trimestre, mesmo com a sazonalidade desfavorável do começo do ano, que concentra revisões de salários e pagamentos de bônus.
O crescimento da receita foi generalizado entre as linhas de negócio. Um dos destaques ficou por conta do investment banking, que teve uma receita próxima de patamar recorde, a despeito da letargia de novas emissões no mercado de ações – e veio acima do que projetava o mercado.
Puxada pelo segmento de fusões e aquisições (M&A), que teve seu melhor trimestre histórico, e também pela área de debt capital markets (DCM), a receita do IB somou R$ 654 milhões, uma alta de 151% em relação aos três primeiros meses de 2023, quando a crise de Americanas e Light tinha praticamente congelado o mercado.
Apesar da base de comparação fraca, o desempenho foi positivo mesmo comparando com o quarto trimestre, que já tinha sido forte: umavanço de 41%.
Outro recorde veio da área de corporate lending, com receita de R$ 1,4 bilhão, crescimento de 20,5% na comparação anual. A carteira de crédito somou R$ 181,6 bilhões, alta de 26,7%, com aumento da participação de mercado tanto em grandes corporações quanto em PMEs, que representaram R$ 22,1 bilhões do portfólio total.
Nos três primeiros meses do ano, o BTG trouxe R$ 64 bilhões em dinheiro novo (ou net new money, no jargão de mercado). Desse total, R$ 43,6 bilhões vieram da área de wealth management, dos quais R$ 15,9 bilhões são referentes à aquisição da Órama.
Na área de asset management, o influxo de ativos foi de R$ 20,2 bilhões. O banco já vinham em trimestres consecutivos de captação, mesmo num cenário de saques líquidos na indústria. Agora, de acordo com a Anbima, a indústria de fundos teve um aporte líquido de R$ 105 bilhões no primeiro trimestre, puxada principalmente pela classe de renda fixa.
Ao todo, o BTG encerrou o período com R$ 1,64 trilhão de ativos sob gestão ou administração – dos quais R$ 880 bilhões em asset e R$ 756 bilhões em wealth.
Essa performance levou a um aumento de receitas em ambos os segmentos, de 29,8% e 26, 7%, respectivamente.
A única linha de negócio que não subiu foi a de sales and trading, tradicionalmente mais volátil, e que teve R$ 1,37 bilhão em receitas – queda de 7% na comparação anual e de 2% em relação aos últimos três meses de 2023.
“Em um ambiente macroeconômico de maior incerteza, tanto no mercado local, como internacional, o banco manteve uma alocação de risco eficiente, com VaR de 0,36%, ainda abaixo das médias históricas”, ressaltou o banco em nota.
O índice de Basileia encerrou em 16,4%, 1,1 ponto percentual abaixo do fim de 2023, impactado pela compra de um bond subordinado nível 2 no valor de US$ 600 milhões no período.
O BTG vale R$ 147 bilhões na Bolsa. Em 12 meses, as ações sobem 31% – e neste ano, o banco se tornou o terceiro em valor de mercado da B3, superando o Bradesco.
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Por Natalia Viri
Publicado originalmente em: https://encurtador.com.br/pxHPT