Ernest Garcia II é dono da DriveTime, a quarta maior varejista de seminovos, e o maior acionista da Carvana, considerada a Amazon dos veículos nos Estados Unidos
A história do americano Ernest Garcia II ainda não virou filme ou série, mas isso deve acontecer em algum momento. Vendedor de carros usados, o empresário tem na ficha uma condenação por fraude, amizade com ex-vice-presidente americano e uma volumosa conta bancária. Um personagem e tanto para diretores em busca de um roteiro.
O americano é dono de uma fortuna estimada em US$ 18,1 bilhões e ocupa a posição 121º entre as pessoas mais ricas do mundo. Advogado, Garcia II começou a sua carreira no mercado imobiliário. E foi lá em que obteve a condenação que marcaria a sua história, em 1990, aos 33 anos.
Ele se declarou culpado da acusação de fraude bancária por seu relacionamento com a Lincoln Savings & Loan em 1990, instituição que foi à falência entre o final dos anos 1980.
À justiça, admitiu ter obtido, de forma fraudulenta, uma linha de crédito de US$ 30 milhões e feito uma série de transações que ajudaram Lincoln a esconder dos agentes reguladores propriedades em terras com risco financeiro no deserto do Arizona. Pela condenação, ficou três anos em liberdade condicional.
Como ele construiu sua fortuna
No mesmo período, ele migrou para o mercado de carros usados, onde construiu o seu patrimônio nas últimas três décadas.
Para fazer isso, adquiriu a operação da Ugly Duckling, um negócio de aluguel de carros à beira da falência, por menos de US$ 1 milhão. Não conseguiu o esperado “turn around”. O sucesso só veio após fundir a operação com uma financeira e criar um novo modelo de negócio.
Hoje, a DriveTime, o nome surgido em 2002 no processo de mudança, é a quarta maior varejista de carros usados dos Estados Unidos. O diferencial do jogo foi o nicho escolhido: comercializar os automóveis para pessoas que ninguém mais vendia. Isto é, com score ruim e alto risco de inadimplência. Em 1996, a empresa abriu o capital e levantou US$ 170 milhões na Nasdaq. A decisão seria revista anos depois com a recompra dos papéis.
Por anos, Ernest Garcia II ficou longe dos holofotes. Não pode deixar de aparecer, porém, em 2017, à Bolsa de Valores de Nova York para acompanhar o filho Ernest Garcia III tocar o sino no IPO na Carvana, em que arrecadou US$ 250 milhões.
A ocasião foi marcada ainda pela entrada de Dan Quayle, ex-vice-presidente dos Estados Unidos na gestão George H. W. Bush, no conselho do e-commerce. A proximidade entre o político e o Garcia II foi determinante a decisão.
Criada dentro da operação da DriveTime, a startup, descrita como a “Amazon dos carros”, atua como uma plataforma online de venda de carros usados e negocia a cerca de US$ 75 atualmente, bem acima dos US$ 13 da oferta pública. O valor de mercado está em US$ 13,1 bilhões.
Apesar de operações separadas, Garcia II é o principal acionista da empresa comandada pelo filho, que informou uma receita de US$ 10,8 bilhões em 2023. Segundo informações repassadas à bolsa, ele detém cerca de 30% de participação. Na DriveTime, o índice chega a 75%.
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Da redação
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