Empresa teve resiliência em meio às dificuldades provocadas pelas enchentes
Tem uma expressão no Rio Grande do Sul que consegue resumir bem o espírito da Docile, indústria de doces e guloseimas que faturou 620 milhões de reais dm 2023: “Não tá morto quem peleia”. A expressão tradicionalista indica persistência mesmo diante de dificuldades.
Na Docile, as dificuldades bateram à porta. A indústria está localizada em Lajeado, cidade do Vale do Taquari que foi devastada pelas chuvas, principalmente no final do mês de abril. O Rio Taquari, que margeia a cidade, chegou a subir 13 metros e arrastou construções.
A água não chegou a entrar na Docile, que fica a cerca de cinco quilômetros do rio, mas 31 funcionários perderam tudo e outros 150 foram afetados. Além disso, houve dificuldade para escolar a mercadoria e empresa ficou 10 dias sem receber matéria-prima.
“Tivemos algumas linhas que pararam de produzir, mas foi um processo retomado aos poucos”, diz Ricardo Heineck, que dirige a Docile com os irmãos Alexandre e Fernando. “Demos apoio e suporte para nossos funcionários e aos poucos, as coisas começaram a voltar ao normal, mesmo com uma situação ainda desafiadora pela frente”.
Mas como diz a expressão já citada acima, não tá morto quem peleia.
“Além das contribuições que fizemos na região, estamos tentando manter o otimismo, seguir trabalhando e gerando emprego”, afirma Ricardo. “Empresas como Docile, que vendem para o Brasil e para o mundo, conseguem trazer recursos e gerar riqueza novamente para a região. Vamos seguir investindo e continuamos otimista com o ano”.
Docile abrirá sua primeira loja
Um dos exemplos que a empresa segue apostando no seu crescimento é a abertura da primeira loja da empresa. A indústria pretende entrar com cada vez mais força no varejo, também para fortalecer sua marca fora do Rio Grande do Sul.
O lugar escolhido para receber a primeira loja? O parque de diversões Hopi Hari. “No Hopi Hari, temos a possibilidade de mostrar o nosso produto de forma diferente e estar mais próximo de públicos que conversam muito com a nossa marca, que são os jovens e as famílias”, afirma Heineck.
A loja da Docile segue o conceito já apresentado nos quiosques da marca, hoje em Lajeado e no aeroporto de Congonhas,com curvas alusivas ao logotipo, em um tom moderno, colorido e atrativo. Há a opção de compra a granel, na qual as guloseimas podem ser vistas em gôndolas de acrílicos, ou embalagens e kits prontos. A operação ficará proximo à roda-gigante do parque.
Um dos diferenciais da operação no varejo é a oferta de doces e guloseimas exclusivas, disponíveis, até então, apenas para o mercado externo. Hoje, 30% do que a Docile produz é exportado. Aliás, a gaúcha é a maior exportadora de guloseimas do Brasil.
O objetivo da Docile é que esse seja a primeira de várias lojas a serem abertas nos próximos anos. No futuro, inclusive, pelo modelo de franquias. Até o final de 2024, Ricardo quer ter pelo menos outras três ou quatro abertas, principalmente no Sul e no Sudeste.
“Temos muita confiança na qualidade dos nossos produtos. E nossas lojas e quiosques vão ajudar a divulgar esses produtos”, diz. “Não temos tesão de fazer produto de baixa qualidade, a preço baixo. Queremos algo que todos gostem”. A empresa ainda não calcula quando porcento do faturamento virá do varejo direto.
Por Daniel Giussani
Publicado originalmente em: https://cutt.ly/PeormxPy