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Exame: Ghizoni usou ChatGPT para criar licor, gin e vodca

Agora, empresa projeta faturamento de R$ 10 milhões com portfólio de bebidas repaginado

A explosão da inteligência artificial generativa a partir do ChatGPT, da Open AI, caiu como uma luva na trajetória da Ghizoni Bebidas. A empresa foi criada em 2019 e chegou ao mercado com um único produto, a whiskila, uma bebida que combina Whisky e tequila.

O estalo para o drink inusitado veio de uma viagem que Bruno Ghizoni fez ao México. Entre os drinks que conheceu, uma versão que mistura whisky e tequila, símbolos dos Estados Unidos e México, respectivamente, atraiu a atenção do profissional. Na fronteira entre os países do norte do continente americano, a junção dos dois destilados carrega a narrativa de igualdade.

De volta ao Brasil, ele decidiu transformar o drink em uma bebida e investir no mercado de bebidas, uma trajetória que a sua família já tinha percorrido tempos atrás com o universo de vinhos. Com um time de especialistas, iniciou o trabalho para criar algo palatável. “O gosto era muito ruim”, afirma Ghizoni (imagem), fundador e CEO. Nove meses depois, o produto estava pronto para ir às ruas, mas encontrou resistência.

A simples informação de que a bebida unia whisky e tequila já deixava o cliente com o pé atrás, com o receio de ser forte demais. Como estratégia, a empresa investiu em bartenders para posicionar o produto e em distribuidores independentes para levar pelo país.

O negócio cresceu lentamente ao longo dos últimos três anos. Nos doze meses em 2022, o faturamento ficou em cerca de R$ 1,5 milhão. Já a estimativa para este ano está em torno dos R$ 10 milhões, alta superior a 500%.

Como que o ChatGPT está impactando a Ghizoni

A transformação da empresa parte de uma nova união de forças. Publicitário de formação, Ghizoni se enveredou pela área de inovação, passou por consultorias e liderou fundos de venture capital, como o Portbank Capital e o Nerd Ventures. É também professor de inovação da FIA-USP.

Foi logo depois da venda da participação no Portbank que, capitalizado, decidiu empreender com a Ghizoni Bebidas.  Na experiência, ele teve contato com vários laboratórios e conheceu duas tecnologias:

  • A cromatografia gasosa, técnica que permite analisar as moléculas presentes em cada produto de forma precisa e identificar a proporção exata dos ingredientes;
  • A espectrometria de massa, método que analisa determinada substância e aponta os elementos que ela forma.

No ano passado, um amigo de um laboratório farmacêutico permitiu que a Ghizoni usasse as tecnologias para fazer estudos relacionados ao universo das bebidas.

Faltava um terceiro elemento, a inteligência artificial generativa. Com o uso do ChapGPT, a empresa combinou as informações para identificar quais itens podem substituir os ingredientes do Whiskila e também de bebidas de marcas de concorrentes no mercado.

“Ele te dá uma série de informações de como você consegue evoluir esses produtos, substituir ingredientes e conseguir reduzir custo mantendo a qualidade ou melhorando”, afirma Ghizoni.

Além disso, o profissional conta que antes o processo era muito mais braçal. Em uma experiência para desenvolver um licor próprio, a empresa ficou emperrada por meses com uma dificuldade de solubilizar a bebida. Quanto perguntou à AIG, a resposta veio rápida e certeira.

Futuro do negócio

O primeiro teste da empresa foi a produção de um licor, batizado de Licor whiskila. Com a boa aceitação, o uso da tecnologia ganhou escala com o lançamento da gin e a vodca, dentro da Majestic, uma linha inspirada em opções líderes de mercado. Os três já respondem por 70% do faturamento deste ano, em torno de R$ 5,5 milhões.

A Whiskila, primeiro produto da empresa, também será transformada. A bebida assumirá a forma de um whisky com agave, uma forma de driblar as restrições e os problemas com a importação de insumos do México. A agave tem no Brasil um dos principais produtores, principalmente nos estados da Bahia e da Paraíba.

A partir da “leitura” do produto que a Ghizoni tem no mercado, a AIG propôs o ingrediente em substituição ao importado e o caminho a ser empregado para obter o melhor resultado. A empresa também tem outros produtos em testes. Na lista, estão:

  • Licores;
  • Gins com sabores;
  • Whisky.

Os produtos têm chegado a preços competitivos, em torno de R$ 50,00, e dialogam com um público que a empresa chama de “pós-universitários”. Entre os principais mercados, estão São Paulo, Goiás, Espírito Santo e Goiás.

Um próximo passo na estratégia é entrar em grandes redes atacadistas e de fornecedores. Com sede administrativa em Tubarão, Santa Catarina, a Ghizoni tem buscado se aproximar dos supermercadistas da região.

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Por Marcos Bonfim

Publicado originalmente em: shre.ink/Hbjy

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