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Exame: Volume de empresas listadas e investíveis encolhe na B3

Entre quebras, deslistagens e fusões, mais de 50 empresas deixaram a bolsa nos últimos 3 anos, mostra gestora Alpha Key

Diante do desânimo com o fiscal e as taxas de juros indo para as alturas, ninguém se arrisca a fazer um call mais otimista para a bolsa no Brasil. Mas Christian Keleti e o time da Alpha Key arranharam uma previsão: no momento em que o jogo virar, vai faltar empresa para investir, o que pode causar altas expressivas em alguns bons nomes no país.

Num post que rodou o X, ele trouxe dados interessantes que servirão de base para a carta mensal da gestora, que opera diversas estratégias, sempre em renda variável.

Não é só a seca dos IPOs (lembra deles?). O último na B3 foi a da Vittia, de defensivos biológicos, em setembro de 2021. Naquele ano, foram 42 ofertas iniciais de ações. Mas, em três anos, “sumiram” cerca de 50 empresas da B3.

Parte quebrou, parte foi alvo de M&A. O Fleury, de medicina diagnóstica, se fundiu com o Hermes Pardini. A geradora de energia Auren comprou a AES Brasil. A Alliansce Sonae se fundiu à BR Malls, dando origem a Allos. A Rede D’Or incorporou a Sul América – e, por aí vai.

Como costuma acontecer em épocas de múltiplos descontados, também não faltaram fechamentos de capital. Cielo, Clear Sale, Santos Brasil, Eletromídia, estão entre os exemplos de companhias que foram compradas e deslistadas (ou estão no meio deste processo).

Considerando a liquidez, o cenário é ainda mais restrito. Com diversas estreantes do boom de 2021 valendo apenas uma ínfima fração do que valiam à época, apenas 218 companhias tem valor de mercado superior a R$ 300 milhões – um corte baixo, até mesmo para fundos de small caps. Em janeiro de 2022, esse número era de 254.

Dessas 218 empresas, 42% valem até R$ 2 bi, ou menos de US$ 300 milhões. Outras 18,35% das companhias têm um market cap entre R$ 2 bi e R$ 5 bi. Outros 12,9% valem entre R$ 5 e R$ 10 bi.

Dentro desse universo de “investíveis”, a Alpha Key fez as contas ainda do free float, a parcela das ações que efetivamente é negociada no mercado e não está com os participantes do bloco de controle. Desconsiderando a Petrobras, essa fatia caiu quase 15% até setembro do ano passado.

Parte é fruto da desvalorização da Bolsa e parte é fruto dos brutais programas de recompra das companhias. Nas contas da gestora, que levantou os dados na unha, foram quase R$ 55 bilhões em recompras, equivalentes a 3,03% do free float desde o começo de 2022.

“Não tem aí setembro a dezembro de 2024, que teve muita recompra nova executada, como também não tem nenhum número de donos de companhias que compraram na física”, escreveu Keleti no X. “Não seria leviano dizer que esses 3% estão mais para 5%.”

Moral da história:

“Não estamos aqui fazendo call de bottom de mercado, dado o cenário e incertezas que temos no momento. Mas quando virar (e vai virar, dado que ainda temos dezenas de companhias ótimas e bem baratas/pouco alavancadas/bem protegidas) vai faltar ação para todo mundo. Pode ser uma alta colossal”, conclui o gestor.

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Por Natalia Viri

Publicado originalmente em: bit.ly/3DGI75M

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