Divisão de energia renovável, além de transmissão e distribuição impulsionaram receita da empresa no mercado local
A WEG apresentou receita operacional líquida de R$ 7,2 bilhões no segundo trimestre, representando um crescimento anual de 25%. O resultado superou o consenso de mercado da Bloomberg, que era de R$ 6,96 bilhões. O balanço, publicado nesta quarta-feira (20), foi o primeiro do período a ser divulgado do mercado brasileiro.
O lucro líquido da companhia, por outro lado, caiu 19,5% na comparação anual para R$ 913 milhões e ficou abaixo da expectativa de mercado de R$ 932,7 milhões para o período. O Ebitda recuou 9,5% para R$ 1,25 bilhão, em linha com o esperado. A WEG afirmou que as quedas foram pressionadas por efeitos não recorrentes referente à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e COFINS. Sem esses efeitos, disse a empresa, o lucro teria crescido 6,6% e o Ebitda 14,5% contra o segundo trimestre de 2021.
O impulso para a receita veio do faturamento no mercado interno, que cresceu 41% para R$ 3,637 bilhões. O desempenho foi suportado principalmente pelos negócios relacionados à geração de energia renovável e transmissão e distribuição de energia (GDT), que saltou 67% no Brasil. ” O aumento na demanda pela geração distribuída solar (GD), assim como o volume de entrega relevante de aerogeradores foram fatores importantes para o resultado”, afirmou a WEG em balanço.
As linhas de motores elétricos de baixa tensão automação também tiveram contribuição positiva. O crescimento da WEG na linha de Equipamentos Eletroeletrônicos Industriais (EEI) ficou em 30,5% no mercado interno e em 24,3% no exterior. “A atividade industrial continuou a apresentar boa demanda no Brasil, principalmente em segmentos importantes como o agronegócio, papel & celulose e mineração.”
Os maiores desafios se mostraram presentes na parte de Motores Comerciais e Appliance (MCA), que inclui motores para maquinas de lavar. A receita interna de MCA caiu 23,5% no mercado interno, acarretando em uma queda total de 8,3% da linha de negócio, apesar do melhor resultado da WEG no exterior. A companhia classificou o pior desempenho em MCA como esperado dada a “acomodação na demanda, após o forte volume de vendas no mesmo período do ano anterior”.
O cenário macroeconômico também jogou contra as despesas da empresa, com aumento de 30,4% nos custos de produtos vendidos para R$ 4 bilhões para R$ 5,2 bilhões. O resultado foi uma queda de 3 pontos percentuais na margem bruta da empresa, de 30,4% para 27,4%.
A apreciação do aço e cobre, que estão entre as principais matérias-primas da WEG, pressionaram o aumento de custos, segundo a empresa, assim como os preços mais altos de energia e frete.
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Por Guilherme Guilherme
Publicado originalmente em: https://cutt.ly/BLNeZUw