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Facebook proíbe acesso a informes de saúde e emergências na Austrália

O Facebook passou a proibir a leitura e o compartilhamento de conteúdos informativos na Austrália a partir desta quinta-feira (18). Como resultado, foram afetadas páginas de departamentos governamentais, como os ligados ao combate à pandemia, e serviços de emergência, com informações meteorológicas e sobre incêndios, além de instituições de caridade e organizações não governamentais (ONGs). O problema foi registrado nas páginas locais de veículos de imprensa, como The New York Times, BBC, Wall Street Journal e Reuters. Até o jornal brasileiro Folha de S.Paulo alegou o problema.

Essa é uma dura retaliação da rede social ao novo Código da Negociação para a Comunicação Social apresentada pelo governo. A medida tenta obrigar Google, Facebook e outras plataformas a buscarem um acordo de pagamento por conteúdos jornalísticos produzidos por terceiros, já que esse material ajuda gratuitamente a impulsionar a visitação, permanência e interações nas redes.

O ministro australiano das Finanças, Josh Frydenberg, acusa a empresa de Mark Zuckerberg de adotar uma reação “autoritária”. O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, afirmou que se tratou de uma tentativa de intimidação, num momento em que ainda falta discutir e aprovar a lei no Senado.

Fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, durante conferência

Nos últimos meses, a Austrália em um campo de batalha entre as big techs, governo e as empresas de comunicação. Na quarta-feira (17), horas depois da aprovação da Código da Negociação na Câmara dos Representantes, mas antes de começar a discussão no Senado, o Facebook comunicou a restrição da leitura e partilha de notícias por utilizadores e páginas, incluindo conteúdo internacional. Foi uma resposta as negociações. “A lei que é proposta [pelo governo australiano] interpreta de forma errada a relação entre a nossa plataforma e os editores que a usam para compartilhar os conteúdos noticiosos. Isso deixa-nos diante uma escolha difícil: tentar cumprir uma lei que ignora a realidade desse relacionamento ou parar de permitir conteúdos noticiosos nos nossos serviços na Austrália. É com um peso no coração que escolhemos a última hipótese”, anunciou o responsável pelo Facebook na Austrália e Nova Zelândia, William Easton.

Primeiro-ministro australiano, Scott Morrisson

Para o primeiro-ministro, as ações do Facebook, ao cortar serviços de informação essenciais foram arrogantes, irresponsáveis e decepcionantes. “Não seremos intimidados pela big tech que está tentando pressionar o nosso Parlamento enquanto vota o importante Código de Negociação. Da mesma forma que não ficamos intimidados quando a Amazon ameaçou deixar o país ou quando a Austrália se juntou a outras nações para combater a publicação de conteúdos de terrorismo nessas plataformas”, destacou Morrison. A proposta do governo australiano tem por objetivo garantir a retribuição monetária às organizações de comunicação social pelo conteúdo produzido, já que o conteúdo engaja a rede social e os anunciantes e não ao contrário. O governo australiano entende que a plataforma não serve apenas apenas como vinculador, pois também registra ganhos e dessa forma, precisa compartilhá-los com os veículos de comunicação responsáveis, inclusive para atestá-los como confiáveis. Vale destacar que um estudo da Universidade de Camberra, divulgado em 2020, descobriu que 21% dos australianos usam as redes sociais como sua principal fonte de notícias, um aumento de 3% em relação a 2019.

(Com Agência Brasil)

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