Com 40% de perdas antes de chegar às torneiras e risco de escassez, é urgente que concessionárias e indústrias busquem soluções
A medição inteligente (smart meters) de consumo de água tem tudo para virar um grande negócio destinado não apenas a concessionárias públicas, privadas e distribuidoras, mas também a empreendimentos e parques industriais de todos os tamanhos. De olho nesse nicho ecologicamente correto. a Flowen lançou um medidor ultrassônico (IoTA) que verifica com precisão o consumo e permite a gestão remota de operações, como a ligação e o corte remoto de água.
Esse serviço de preservação de recursos hídricos e do combate ao desperdício de água foi fundada pelas brasileiras Meta, de tecnologia e inovação com foco em transformação digital, e AYGA, especializada em gestão remota de ativos. Com investimento de R$ 25 milhões, as soluções oferecidas apostam no emprego de de internet das coisas (IoT) e big data para a gestão e o monitoramento eficiente.
A Flowen promete o fim da medição manual e da necessidade de acesso presencial aos medidores e transparência quanto aos gastos individuais de cada empreendimento ou consumidor. Integrado a uma plataforma robusta de análise de dados, o dispositivo traz indicadores detalhados sobre o consumo hora a hora, a necessidade de manutenção, o indício de vazamentos ou de falta de água, a previsão de consumo, entre tantas outras informações de monitoramento de toda a rede operacional.
Vantagens
- Fim da medição manual e presencial;
- Transparência sobre os gastos individuais de cada empreendimento ou consumidor;
- Evita desperdício de até 60% de água.
O que faz
- Detalha o consumo de água hora a hora;
- Prevê o consumo;
- Indica a necessidade de manutenção por causa de vazamentos ou de falta de água
“A utilização de smart meters já avançou muito nos segmentos elétrico e de gás. O panorama futuro – com previsão de escassez, aumento da população, mudanças climáticas, entre tantos outros fatores — deve impulsionar os investimentos no setor hídrico. Nossa expectativa é implementar 500 mil medidores no país, até 2025”, complementa Luiz Francisco Gerbase, CEO da AYGA, responsável pelo desenvolvimento do medidor inteligente da Flowen.
“Há ganhos de segurança e transparência na gestão da mediação dos consumidores, com uma base ampla de dados e indicadores que ampliam a eficiência do serviço prestado, reduzem custos e asseguram a tomada afirmativa de decisões”, explica Claudio Carrara, vice-presidente da Meta, empresa fundadora que atua na base tecnológica de integração dos sistemas e plataformas.
A consultoria Bluefield Research indica que o mercado de água inteligente nos Estados Unidos deve movimentar até US$ 20 bilhões em despesas operacionais e de capital até 2025. No cenário brasileiro, o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) estima que até 2033 serão necessários investimento de R$ 142 bilhões em água e R$ 215 bilhões em esgoto para cumprir as diretrizes definidas pelo Novo Marco Regulatório do Saneamento, que determina o atendimento de 99% da população com água potável até 2033.
Os dados quanto ao cenário da gestão da água no país são alarmantes – e animadores para a Flowen. Uma pesquisa do Instituto Trata Brasil no segundo semestre do ano passado aponta que 40% da água tratada nos reservatórios nacionais é perdida antes de chegar às torneiras. Esse volume poderia abastecer 66 milhões de brasileiros, caso existissem ligações suficientes.
Projeto piloto
A Flowen fechou uma parceria no desenvolvimento técnico de sua solução com a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), que acompanha o projeto desde 2020 e a utiliza em caráter experimental mais de 250 medidores de alta precisão para o monitoramento de sua operação.
O que MONEY REPORT publicou
- Reservatórios devem encerrar fevereiro com volume superior a 70%
- Reservatórios devem encerrar 2022 com volume superior a 50%
- Sem chuva, primavera começa amena e com reservatórios em baixa constante
- Marco do Saneamento é alterado para facilitar regionalização dos serviços
- Projetos de saneamento e segurança hídrica terão critérios ambientais
- Com reservatórios da Grande SP abaixo de 40%, presidente da Sabesp nega risco
- Hidrelétricas devem atingir menor nível de reservatórios em 20 anos
- Baixo volume nos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste é preocupante