Com a iniciativa é esperado que novos investidores apostem no setor
A plataforma de serviços ambientais FutureClimate e a Aon Seguros anunciaram o lançamento de um seguro voltado para o mercado voluntário de carbono (MVC) para proteger investidores contra possíveis falhas na entrega de créditos de carbono, como as causadas por desastres naturais. O seguro busca fortalecer a confiança no MVC, especialmente em projetos de carbono baseados na natureza, que enfrentam desafios relacionados à transparência e conformidade, além dos inevitáveis problemas climáticos, queimadas e desmatamentos.
Pioneiro na implementação do MVC com o programa piloto REDD+ em 2017, o Brasil enfrenta dificuldades para atrair financiamento privado por causa da falta de credibilidade em alguns projetos. Com o seguro, espera-se que novos investidores voltem a apostar no setor, principalmente em projetos com soluções baseadas na natureza (NBS) – que preservam áreas florestais e ajudam o desenvolvimento sustentável.
Entre as iniciativas da FutureClimate estão a certificação de projetos pelo Verified Carbon Standard (VCS) e pelo Climate Community and Biodiversity (CCB), além do foco na restauração de florestas e no investimento em pesquisa científica. Até 85% das receitas serão destinadas ao desenvolvimento sustentável, com metade desse montante direcionado a comunidades locais.
“Sem a infraestrutura adequada e mecanismos de mitigação de riscos, é quase impossível atrair o capital de investidores institucionais na escala que o mercado voluntário de carbono exige para o net zero. Estamos trabalhando com a FutureClimate para ajudar a a dar forma a melhores decisões nessa área, enquanto exploramos soluções que diminuam a potencial volatilidade e aumentem a resiliência”, diz Natalia Moudrak, managing director da Aon’s Climate Risk Advisory.
Fábio Galindo, CEO do FutureClimate Group, lembra que o produto pode reforçar a confiança dos compradores do MVC, especialmente para projetos de carbono baseados na natureza. “A colaboração Aon-FutureClimate fortalece o MCV 2.0 com integridade e transparência, criando produtos sofisticados que vinculam os mercados de carbono, financeiro e de seguros. Isso acelera a transição para uma economia de baixo carbono, visando um mundo de emissões líquidas zero até 2050”, diz o executivo.
