Receita com ações salta 27%, mas gestão de ativos e banco de investimento ainda enfrentam desafios
O banco Goldman Sachs reportou nesta segunda-feira (14) um lucro líquido de US$ 4,74 bilhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado foi impulsionado principalmente pelo desempenho robusto nas operações com ações, que registraram crescimento de 27% e atingiram receita recorde de US$ 4,2 bilhões.
O lucro diluído por ação foi de US$ 14,12, superando com folga a estimativa dos analistas da FactSet, que previam US$ 12,30. A receita total do trimestre somou US$ 15,06 bilhões, também acima das expectativas, que giravam em torno de US$ 14,77 bilhões.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) ficou em 16,9%, um desempenho expressivo em meio a um cenário global de incertezas, marcado pela escalada das tensões comerciais e pela expectativa de novas tarifas que podem impactar a economia mundial.
Apesar dos bons números, o CEO do Goldman Sachs, David Solomon, alertou para um ambiente operacional mais desafiador nos próximos meses. “Estamos entrando no segundo trimestre com um cenário marcadamente diferente do início do ano, mas seguimos confiantes na nossa capacidade de apoiar os clientes”, afirmou, em nota.
Essa é a primeira divulgação de resultados desde que Solomon garantiu sua permanência no comando da instituição com um bônus de retenção de US$ 80 milhões. A assembleia anual de acionistas do banco está marcada para o próximo dia 23, e um dos temas em pauta será justamente a política de remuneração da diretoria.
Outros destaques do balanço
A área de renda fixa, câmbio e commodities teve leve alta de 2%, com receita de US$ 4,4 bilhões. Já o banco de investimento segue pressionado: a receita no setor caiu 8% no trimestre, para US$ 1,91 bilhão, impactada pela redução no volume de fusões e aquisições, além do esfriamento do mercado de ofertas públicas iniciais (IPOs).
Na divisão de gestão de ativos e patrimônio, o banco arrecadou US$ 3,68 bilhões — abaixo dos US$ 3,84 bilhões esperados pelo mercado. Atualmente, o Goldman Sachs administra US$ 3,17 trilhões em ativos e busca diversificar sua base de clientes, com foco em produtos de private equity voltados ao investidor de varejo.