Controladora do negócio, família Pinheiro se comprometeu a entrar com R$ 360 milhões
Com forte atuação nos estados do Norte e Nordeste, o plano de Saúde Hapvida fez uma oferta subsequente de ações, ou follow-on, de até R$ 1,03 bilhão, considerando a cotação do último fechamento de R$ 2,62. Seriam negociados inicialmente 329,34 milhões de ações, com a possibilidade de um acréscimo de 20% na quantidade ofertada.
O prazo para reserva começa nesta segunda-feira (3) e vai até 12 de abril. Acionistas terão direito a uma oferta prioritária, com prazo de subscrição até o dia 11. Qualquer quantidade restante será destinada exclusivamente a investidores profissionais. “A companhia pretende utilizar integralmente os recursos líquidos provenientes da oferta para fortalecimento da estrutura de capital”, afirmou a Hapvida no edital.
A Hapvida já havia considerado uma oferta subsequente de ações na semana anterior. Se a oferta fosse confirmada, a família Pinheiro, que é controladora da empresa, concordaria em subscrever R$ 360 milhões em ações emitidas.
A expressiva participação dos Pinheiro no follow-on, segundo a empresa, “demonstra o comprometimento da companhia e a convicção dos controladores e atuais administradores da Hapvida na resiliência do seu modelo de negócios”. No mesmo comunicado, a Hapvida ressalta a visão conservadora da administração em relação à liquidez e o endividamento a ser sanado.
Ações em queda
O follow-on foi anunciado em meio à forte desvalorização da Hapvida na bolsa. Os papéis da empresa de saúde acumulam cerca de 78% de queda nos últimos 12 meses. Entre os motivos, além do momento negativo da renda variável, estão as preocupações com sua posição em caixa.
As projeções do Goldman Sachs apontavam para um consumo de caixa de R$ 1,6 bilhão na Hapvida neste ano, o que reduziria sua posição para R$ 1 bilhão. Analistas do banco, agora, consideram que a empresa termine o ano com R$ 3 bilhões em caixa, caso o follow-on e a venda de 10 imóveis à Família Pinheiro anunciado na semana anterior se concretizem.