Listagem nos Estados Unidos permite à empresa acesso a um número maior de investidores internacionais e facilita a captação de recursos em dólares

JBS, uma das maiores produtoras de alimentos do mundo, formalizou um pedido à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à B3 para se tornar uma empresa emissora estrangeira. O movimento faz parte da estratégia da companhia para listar suas ações simultaneamente nas bolsas de valores de Nova York e São Paulo, em um modelo conhecido como “dupla listagem”.

Com a mudança, todas as operações do grupo JBS passarão a ser controladas pela JBS N.V., uma holding sediada na Holanda, que assumirá a negociação dos papéis na Bolsa de Nova York. Ao mesmo tempo, as ações da empresa continuarão a ser negociadas na B3, mantendo a presença no mercado brasileiro. Dessa forma, os acionistas da JBS passarão automaticamente a ser acionistas da nova estrutura internacional.

Expansão para o mercado global

O interesse da JBS em ingressar na Bolsa de Nova York não é recente. A listagem nos Estados Unidos permite à empresa acesso a um número maior de investidores internacionais e facilita a captação de recursos em dólares.

“Estar na Bolsa de Nova York abre caminho para investidores que não estão na B3. Esse não é apenas o mercado americano, mas um mercado global”, destacou o analista Igor Guedes, da Genial Investimentos, em entrevista ao jornal O Globo.

Na última semana, as expectativas sobre a dupla listagem impulsionaram os papéis da JBS, que registraram uma valorização de 18%. A movimentação ocorre em meio a um acordo da empresa com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que detém cerca de 21% das ações da companhia.

No entanto, a listagem na Bolsa de Nova York ainda depende da aprovação da Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos. Somente após a autorização da SEC, a JBS N.V. poderá concluir a operação e iniciar as negociações internacionais.