Com quase 10 milhões de atendidos, healthtech que digitaliza receitas médicas atraiu o fundo Matrix, que já investiu na Apple e FedEx
Healthtech brasileira especializada em prescrições digitais, a Mevo captou R$ 110 milhões em rodada série B. O aporte teve como principal investidor a Matrix, tradicional fundo de venture capital sediado em São Francisco (EUA), que já investiu em empresas como a Apple e FedEx em fases embrionárias, e teve a participação da Jefferson River Capital, family office de Hamilton E. James, ex-presidente da Blackstone e atual presidente do conselho da Costco.
A rodada de investimentos representa mais um passo significativo para a Mevo, que está empenhada em aumentar sua base de clientes e parceiros. A healthtech, neste ano, vai superar a marca de 10 milhões de brasileiros atendidos com suas prescrições eletrônicas e outras soluções digitais.
Para continuar crescendo, a empresa, cujo faturamento aumentou 133% entre janeiro e agosto de 2024, aplicará os recursos recém captados no avanço tecnológico e desenvolvimento de novos produtos. “Esse investimento não é apenas um voto de confiança em nosso modelo de negócios, mas também um passo crucial para acelerarmos a adoção da prescrição eletrônica no Brasil. Ainda existem muitas instituições de saúde e médicos que não têm acesso a essa tecnologia, e nosso objetivo é desenvolver a melhor solução do mercado para alcançá-los”, afirmou Pedro Dias, fundador e CEO da Mevo, que já atende instituições como o Sírio-Libanês, Rede D’Or São Luiz, Oncoclínicas, entre outras.
Reconhecida por sua expertise em identificar e apoiar startups inovadoras, a Matrix escolheu a Mevo como seu primeiro investimento no Brasil e o segundo, depois de mais de 13 anos, na América Latina. A Matrix possui US$ 2,2 bilhões em Assets Under Management (AUM) e a chegada ao país reforça o compromisso de apoiar o ecossistema de inovação onde quer que esteja.
“Temos a convicção de que, na próxima década, a prescrição manuscrita será algo do passado. Nosso foco é trazer mais segurança, transparência e qualidade para pacientes e profissionais de saúde, e este investimento nos permitirá continuar perseguindo esse sonho com ainda mais determinação”, completa Pedro.
Transformação digital
Criada em 2017, a Mevo é uma plataforma de prescrição eletrônica (de medicamentos, atestados, exames e demais documentos de saúde outpatient) que viabiliza a digitalização da prescrição e conecta todas as pontas do processo prescritivo, do médico ao paciente, passando pelas farmácias e instituições de saúde. O principal objetivo do negócio é descomplicar e trazer segurança ao processo prescritivo e facilitar a adesão ao tratamento pelo paciente, ao transformar prescrições médicas de papel em versões eletrônicas.
Com as prescrições digitais, os pacientes ganham um atendimento com mais qualidade, segurança e praticidade. Já os médicos, profissionais prescritores e instituições de saúde, como hospitais, clínicas e consultórios particulares, conseguem realizar uma gestão mais efetiva dos processos de prescrição, minimizando erros e interações medicamentosas indesejadas. A modalidade também proporciona facilidades para os farmacêuticos, que ganham tempo ao dispensar os remédios, evitando duplicidades e minimizando inconsistências e prevenindo falsificações.
As prescrições da Mevo são aceitas em todas as farmácias do Brasil de forma gratuita. Além disso, atenta às necessidades dos pacientes que cada vez mais buscam opções no ambiente on-line, a Mevo também conta com uma funcionalidade opcional que possibilita pesquisar alternativas de farmácias com entrega disponível. Essa função viabiliza a solicitação pelo paciente dos seus remédios sem sair de casa.
Anteriormente, a Mevo já havia realizado outras captações seed e série A, entre 2019 e 2022, totalizando aproximadamente R$ 100 milhões levantados, que contaram com a participação de investidores como Floating Point, fundo de venture capital sediado em NY, IKJ Capital, FIR Capital, além de representantes de grupos e famílias de referência como a LTS Investments, dos fundadores do 3G Capital, Paul Fribourg, da Continental Grain Company, e a família Martins do Grupo Martins e Tribanco, entre outros.