Estudo comparativo visa avaliar estruturas alternativas que possam agregar mais valor para a marca de luxo
A Natura&Co informou que seu conselho de administração autorizou o início de um estudo comparativo entre uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) e um spin-off (separação do grupo) da Aesop, marca de luxo e bem-estar australiana da companhia. De acordo com o fato relevante divulgado pela empresa de cosméticos, a cisão poderia ser seguida de uma potencial oferta pública.
O estudo comparativo visa avaliar estruturas alternativas que possam agregar mais valor para a Aesop, disse a Natura. “Tais estruturas que, conforme mencionado no Comunicado ao Mercado de 15 de setembro de 2022, não haviam sido discutidas ou avaliadas pelo conselho de administração até hoje, incluem um spin-off da Aesop”, disse a varejista.
O IPO vem sendo avaliado pela administração nos últimos meses como uma alternativa para financiar o crescimento da Aesop. A estratégia está alinhada com o objetivo da companhia de “proporcionar maior autonomia e responsabilidade às suas marcas e unidades de negócios”.
A Natura reforçou que um IPO ou spin-off só será realizado “na medida em que for do melhor interesse da Natura&Co, e após a conclusão de uma reorganização societária que pode exigir aprovações de acionistas, credores e reguladores.
Qualquer operação que envolva a migração de parte do investimento detido pelos acionistas da Natura&Co para uma holding constituída fora do Brasil também estaria sujeita à anuência da maioria das ações em circulação da companhia presentes na assembleia geral de acionistas para aprovar a reorganização societária, conforme exigido pelo regulamento do Novo Mercado, completou.
A Natura disse que, em ambos os casos (IPO ou spin-off), os negócios da Aesop continuariam sendo liderados por seu CEO, Michael O’Keeffe, por meio de uma holding a ser listada nos Estados Unidos, que deteria as subsidiárias da Aesop.
A Natura comprou o controle da Aesop em 2012, pagando US$ 71,6 milhões por 65% da companhia. Em 2016, adquiriu o restante das ações. O negócio voltado para o consumidor de alta renda vem gerando resultados, mas acabou tendo seu valor dragado por operações com pior desempenho. A proposta da cisão é justamente destravar esse valor, que pode girar na casa de US$ 1,4 bilhão a US$ 2 bilhões nas estimativas iniciais de mercado.