Segundo estatal boliviana, petroleira brasileira demonstrou interesse em projeto de R$ 2,5 bilhões – o que foi negado
A Petrobras afirmou nesta quinta-feira (25) que não avalia a instalação de uma fábrica de fertilizantes na Bolívia. Na quarta-feira (24), a estatal boliviana YPFB afirmou que os brasileiros estavam interessados no projeto. A unidade tem investimento estimado em US$ 2,5 bilhões e deverá ser erguida em Puerto Quijarro, na fronteira com o Brasil.
O projeto chegou a ser apresentado a representantes da Petrobras. Quando construída, a unidade seria a maior da Bolívia, com capacidade para 4,2 mil toneladas anuais de uréia, o dobro da produção do complexo petroquímico de Bulo Bulo, em Cochabamba. O Brasil consome 80% da produção da usina.
Em nota, a Petrobras afirmou que “os executivos da Petrobras ouviram oportunidades apresentadas pelos representantes da YPFB, sendo que nenhuma destas oportunidades foi analisada pela Petrobras, não havendo, portanto, qualquer encaminhamento entre as empresas para instalação de uma fábrica de fertilizantes na Bolívia”.
“A companhia também esclarece que eventuais decisões de investimentos deverão, dentro da governança estabelecida na Petrobras, passar pelos processos de planejamento e aprovação previstos nas sistemáticas aplicáveis, tendo sua viabilidade técnica e econômica demonstrada”, completou a petroleira.
O vice-presidente Nacional de Operações da estatal boliviana, Luciano Montellano Abasto, disse, em comunicado divulgado pela companhia que “há interesse de ambas as partes em concretizar um investimento compartilhado com a perspectiva de executar a segunda fábrica”.
“Na reunião (binacional) foi apresentado à Petrobras os detalhes gerais do projeto: localização, escopo e capacidade de produção. Foi expresso a eles a abertura que a YPFB tem para uma associação para um investimento conjunto, e com base nisso, a Petrobras expressou seu interesse no assunto.”
“Portanto, estamos falando de receitas anuais que vão de 500 a 600 milhões de dólares apenas para uma segunda planta, se esta for concretizada, e teríamos que adicionar as receitas que geramos com a exportação para o Brasil e com a planta atual, que gira em torno de 200 a 380 milhões de dólares anuais”, disse o executivo da estatal boliviana.