A empresa registrou no terceiro trimestre um prejuízo líquido de € 1,3 bilhão devido aos equipamentos com defeito
A empresa holandesa de tecnologia da saúde Philips reportou prejuízo de € 1,32 bilhão no terceiro trimestre de 2022, revertendo o lucro de € 2,98 bilhões no mesmo período do ano anterior. O grupo holandês anunciou nesta segunda-feira (24) que cortará 4 mil postos de trabalho em todo o mundo, em um momento de condições macroeconômicas desfavoráveis e após a retirada do mercado de aparelhos de respiração defeituosos.
A receita cresceu 3,7%, para € 4,31 bilhões, enquanto as vendas comparáveis caíram 5%. A previsão era de prejuízo de € 838,4 milhões, de acordo com o consenso da Factset e com base nas estimativas de três analistas consultados pela “Dow Jones”. As vendas comparáveis vieram em linha com as projeções.
Além do encargo de € 1,3 bilhões, o desempenho da Philips no trimestre foi impactado por desafios operacionais e de fornecimento, pressões inflacionárias, a situação da covid-19 na China e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, diz a empresa.
A Philips não cumpriu as expectativas nos últimos anos, admitiu o novo CEO, Roy Jakobs. “Enfrentamos múltiplos desafios”, afirmou, ao anunciar resultados “decepcionantes” no terceiro trimestre de 2022. Jakobs também anunciou o que chamou de “decisão difícil mas necessária de reduzir imediatamente nossa força de trabalho em 4 mil postos em todo o mundo”.
O grupo pretende destinar quase € 300 milhões nos próximos trimestres para os trabalhos de reestruturação, mas calcula que a reorganização pode gerar uma economia no mesmo valor a cada ano.O desempenho da Philips no (último) trimestre foi impactado por desafios operacionais e de abastecimento, pressão inflacionária, a situação da covid na China e a guerra russo-ucraniana”, afirmou o grupo em um comunicado.
A Philips também ajustou o resultado operacional (Ebitda, lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) a 209 milhões de euros, o que representa 4,8% do faturamento, contra EUR 512 milhões (12,3% das vendas) no mesmo período em 2021.
Olhando para o futuro, a Philips espera um declínio de vendas comparáveis de um dígito médio para o quarto trimestre de 2022, com uma faixa de margem Ebitda ajustada de um dígito a dois dígitos, citando desafios operacionais e de fornecimento prolongados, um ambiente macroeconômico cada vez pior e incerteza contínua relacionada à covid-19 na China.
Respiratórios tóxicos
A empresa, com sede em Amsterdã, retirou do mercado em junho do ano passado aparelhos respiratórios, após alertar que os usuários corriam o risco de inalar ou engolir fragmentos de uma espuma tóxica silenciadora que poderia provocar irritação e dores de cabeça. A Philips também mencionou um risco “potencial” de câncer a longo prazo.
Na semana passada, o Frans van Houten, deixou o cargo de CEO da empresa, seis meses antes do previsto e após 12 anos à frente do grupo.