Após um período de instabilidade decorrente das perdas com a pandemia, a operadora Agaxtur tem planos ambiciosos para a retomada do turismo nacional e internacional. Saneada após vendas de ativos e enxugamentos de estrutura, a aposta da companhia está no engajamento de pequenas agências que sobreviveram ao turbilhão da econômico por meio de um programa de franquia que contemple aqueles quem precisam de uma marca forte e um portfólio consistente para recapturar clientes. Não se trata da invenção da roda, mas uma solução adequada para um setor que sai da letargia em busca de um reavivamento que ainda não está devidamente delineado. Franquear a ponta junto ao consumidor seria um atalho seguro enquanto o segmento se realinha.
A Agaxtur pretende saltar das atuais 60 lojas para 200 até 2023 – mais tardar 2024. Na rede atual estão incluídas as 46 lojas que migraram da Latam Travel. “Vamos partir para o ataque”, diz o CEO Aldo Leone (à direita), apontando para uma estratégia de distribuição baseada em estudos de mercado que indicam para uma grande demanda reprimida – afinal, quem não quer voltar a viajar após tanto tempo? A fixação da marca também ajudaria a impulsionar as operações com as mais de 2 mil agências de viagem com que já mantém relações que serão reforçadas.
Para ajudar nessa empreitada que vai reconfigurar boa parte da operação, mas sem afetar o atendimento do cliente entre o bacão e o destino, a Agaxtur convocou a consultoria de Marcelo Cherto (à esquerda), um dos fundadores da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e autor de livros sobre o tema.
Os estudos da consultoria apontam convergências de mercado que se encaixariam na estratégia prévia da Agaxtur. Ainda que a expectativa de faturamento seja austera para os próximos dois anos, é dado como certo que o pessoal voltará às poltronas dos aviões e aos hotéis. Um dos filões a serem explorados é o das viagens corporativas de incentivo, já que os grandes congressos e reuniões em outras cidades parecem coisas do passado depois de tanto tempo em home office.
Com os hotéis menos demandados, será preciso estimular outro tipo de consumo. “É aí que entra a viagem de incentivo”, diz Cherto. Outro ponto fundamental que o consultor conhece melhor é quem atrair para o sistema de franquia. “Queremos aquele empresário que busca uma segunda renda ou quem já está estabelecido com uma agência e almeja ter a grife do setor para alavancar os negócios”, disse.
