As reflexões de Rubens Menin, Rubens Ometto, Carlos Sanchez e Ricardo Faria para manter os negócios saudáveis diante de juros elevados e imprevisibilidades
As barreiras para empreender ou gerir grandes negócios no Brasil foram o tema do painel “Grandes Empresários: Visões Sobre o Brasil”, na CEO Conference 2025 do BTG Pactual, nesta quarta-feira (26). Sob mediação do chairman do banco, André Esteves, Rubens Menin (MRV e Banco Inter), Rubens Ometto (Cosan), Carlos Sanchez (Grupo NC) e Ricardo Faria (Granja Faria) compartilharam suas perspectivassobre o ambiente corporativo no país e os caminhos a serem trilhados para o sucesso nos negócios.
Unanimidades entre os painelistas, a taxa de juros que pode chegar a 14,5% neste ano e o descumprimento das metas fiscais pelo governo são os principais desafios para a classe empreendedora. Diante desse cenário de incertezas, os painelistas avaliaram que grandes companhias precisam buscar eficiência e buscar um curto prazo positivo para os negócios, enquanto médios e pequenos necessitam de alternativas, recursos e resiliência para manter suas operações no azul neste momentos de turbulência:
Rubens Menin, chairman da MRV e Banco Inter
“Só vamos ganhar essa guerra quando a agenda fiscal for adotada por toda a sociedade. Os agentes públicos precisam entender isso e envolver a população, assim como fizeram com a reforma da previdência. É preciso diminuir os gastos e fazer frente à dívida pública e aos juros elevados”.
Carlos Sanchez, chairman do Grupo NC
“O que faz uma empresa dar certo é criar estabilidade nos bons momentos. É preciso se preparar e ser resiliente, além de ter consciência da característica da economia brasileira. Mesmo diante das dificuldades, a indústria farmacêutica passa por uma transformação. Após esse período de turbulência, acredito em um crescimento econômico”.
Ricardo Faria, chairman da Granja Faria
“Produzimos 6 bilhões de ovos por dia. Nossa meta é produzir ao menos 10 ovos por habitante brasileiro diariamente. Acredito que o inconformismo, a simplicidade e a biossegurança são cruciais para manter nossa atividade saudável. Através de nossos valores, conseguimos escalar nossos negócios e fazer projetos rápidos em tamanhos significativos”.
Rubens Ometto, fundador e sócio-controlador da Cosan
“Além da patrimonial, a insegurança política é o que mais atrapalha o ambiente de negócios no Brasil. A nossa taxa de juros impede o empresário de administrar qualquer negócio. O papel do governo é crucial para mudarmos esse cenário. O papel do empresário não é só tocar sua empresa, mas é usar de sua liderança para ajudar a classe política a tomar as decisões certas para o desenvolvimento econômico”.
