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Startup de cannabis medicinal se prepara para abrir capital

Com negócios no Uruguai e no Brasil, PucMed prevê um faturamento de US$ 90 milhões nos próximos três anos

Alzheimer, Parkinson, epilepsia, autismo, fibromialgia e dores crônicas são algumas doenças cujos sintomas podem ser atenuados com o uso de remédios à base de cannabis. O reconhecimento das propriedades medicinais da planta nos últimos anos resultou em uma tendência mundial de flexibilização e regulamentação do uso dos princípios ativos da cannabis em diversos países. No Brasil, a startup PucMed se prepara para ser a primeira desse setor a abrir capital. Antes de estrear na B3, a empresa vai buscar se capitalizar na bolsa de Toronto, no Canadá. A companhia não traz perspectivas de quando isso deve ocorrer, no entanto.

Para os três próximos anos (2023, 2024 e 2025), a PucMed prevê um faturamento de aproximadamente US$ 90 milhões. A startup deve faturar, de acordo com balanços atuais, US$ 13 milhões em 2023, US$ 28 milhões em 2024 e US$ 42 milhões em 2025. 

No Canadá, o uso da cannabis para fins medicinais é liberado desde 2001, e o uso recreativo é legalizado há quase cinco anos. É um cenário bem distante do brasileiro, que ainda se debate com a comercialização – bastante incipiente – dos produtos farmacológicos à base de substâncias que são extraídas das plantas do gênero cannabis, como o canabidiol (CDB) e o tetrahidrocanabinol (THC).

Cerca de 24 produtos medicinais à base da cannabis têm produção e comercialização liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, o mercado se depara com instabilidades por discussões técnicas ou burocráticas em órgãos de regulação. Exemplo desse fenômeno foi quando o Conselho Federal de Medicina proibiu a prescrição do canabidiol em tratamentos que não fossem o do quadro de epilepsia. A entidade voltou atrás no ano passado.

Nesse cenário, o objetivo da PucMed é se transformar no primeiro unicórnio da indústria da cannabis na América Latina, chegando a R$ 1 bilhão em valor de mercado. Levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (Abicann) com dados do Euromonitor em 2020, mostra que o mercado da cannabis poderia movimentar US$ 30 bilhões no país a partir de 2030.

Pela análise da associação, apenas metade (US$ 15 bilhões) desse futuro da cannabis no país estaria concentrada na área medicinal. O resto viria da aplicação industrial do cânhamo, uma planta do gênero cannabis cujas sementes, fibras e caule têm sido explorados como substitutos de matérias-primas usadas em construção, algo já amplamente testado e usado em países da Ásia.

Com a produção concentrada no Uruguai, a produtora PucMed conta com uma área com 15 hectares para o cultivo de flores de cannabis, que seguem os padrões globais de excelência para uso medicinal. “Além da nossa produção própria, que segue os principais indicadores e exigências globais, recentemente acertamos o direito de compra de flores e biomassa de cannabis de um parceiro estratégico. Com isso, contamos hoje com o maior estoque da América Latina, com potencial para produzir mais de 2 milhões de frascos e produtos à base de cannabis”, afirmou o CEO da companhia, Alfonso Cardozo Ferretjans.

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