BR Angels e SP Ventures marcam território em rodadas iniciais ou com foco no agro
O período de insegurança e inflação afetou os investimentos em startups brasileiras, que sofreram um declínio de 44% na captação no primeiro semestre, mesmo assim os aportes somaram R$ 8,9 bilhões. Estudo da plataforma de inovação Distrito mostra que rodadas seed passaram de R$ 806 milhões para R$ 1,5 bilhão, enquanto as early stage foram de R$ 6,5 bilhões para R$ 7,4 bilhões, se comparadas com o mesmo período de 2021.
Temendo riscos, as alternativas de prazo mais longo e menor aporte se tornaram uma opção razoável. “Sabemos que 2021 foi um ponto fora da curva no que diz respeito ao dinheiro circulando no ambiente de inovação. Mesmo mais tímida, essa fonte ainda não secou. Acredito que essa fase mais pé no chão é importante para identificarmos startups de qualidade e realmente comprometidas com o negócio”, declarou o fundador e CEO do grupo de investidores BR Angels, Orlando Cintra.
Incertezas
Dentre as modalidades que se destacaram neste período instável é o investimento-anjo, que teve uma alta de 86%, junto com o pré-seed e o seed, já que nos ecossistemas de inovação há capital para bons negócios – além de capital intelectual por meio mentorias e networking.
A gestora SP Ventures Capital é voltada para a disrupção nos setores do agronegócio e de alimentos, onde as incertezas são mais diluídas. “Nosso propósito é criar uma cadeia mais sustentável e resiliente às mudanças climáticas. Para isso, investimos em soluções que vão do campo à mesa e, além do mercado brasileiro, outros países da América Latina também são importantes para a nossa estratégia”, explica Francisco Jardim, sócio fundador da SP Ventures.
Quais são
- Chiefs Group – captou R$ 2,5 milhões da OnePercent e da envolve.on para a plataforma de open talent economy em blockchain na qual executivos e especialistas passam a oferecer suas expertises on demand para projetos, empresas e startups em troca de remuneração ou equities do negócio por meio de NFTs;
- Optime – plataforma para elaboração de “contratos inteligentes” recebeu um aporte de R$ 800 mil da Virgo, plataforma de serviços no mercado de capitais, em parceria com a Growth Tech, que desenvolve soluções em blockchain para o mercado imobiliário.
Em quem o BR Angels apostou nos seis primeiros meses do ano
- Be Beleza Tech – femtech que utiliza realidade aumentada e reconhecimento facial para ensinar rotinas de beleza e autocuidado personalizados;
- Kryp.Tools – plataforma de gestão de carteiras e investimentos em criptoativos;
- Minds Digital – especializada em biometria de voz para identificação e prevenção à fraude em operações e transações financeiras;
- Sinapse Finance – fintechs de gestão financeira no modelo de CFO as a Service e facilitadora do empreendedorismo;
- Unbox – solução de vendas online para pequenos e médios lojistas recebeu R$ 7,5 milhões em parceria com Century Oak Capital, que investiu pela primeira vez no Brasil;
- Woof – aporte de R$ 6,2 milhões na rede de pet shops afiliados para o lançamento de novos serviços e aprimoramento da plataforma.
As startups da SP Ventures no semestre passado
- Gênica – indústria de bioinsumos a partir de fungos, bactérias, vírus e alguns compostos orgânicos que melhoram o solo;
- Leaf – empresa de infraestrutura de dados para alimentos e agricultura recebeu R$ 23,7 milhões em rodada;
- Verge Ag – agritech que desenvolve o primeiro software interativo para planejamento de operações agrícolas com inteligência artificial (IA);
- Vergor – fintech que conecta agricultores com outros stakeholders da indústria por meio de crédito para insumos e maquinários.