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Telegram alcança lucratividade pela primeira vez

Em 2024, receita da empresa ultrapassou US$ 1 bilhão, com reservas de caixa superiores a US$ 500 milhões

Pela primeira vez desde sua criação, o Telegram, um dos principais aplicativos de mensagens do mundo, registrou lucro. A informação foi divulgada pelo CEO Pavel Durov, em uma publicação na plataforma X nesta segunda-feira (23). Segundo Durov, o marco foi alcançado após a empresa quitar uma parte significativa de suas dívidas, estimadas em cerca de US$ 2 bilhões.

Em 2024, a receita do Telegram ultrapassou US$ 1 bilhão, com reservas de caixa superiores a US$ 500 milhões — excluindo criptoativos. Este resultado coloca o aplicativo, fundado na Rússia, em uma posição financeira mais sólida, após anos de operações financiadas por investimentos externos e créditos.

Reguladores na mira

A conquista da lucratividade ocorre em um momento de crescente pressão regulatória. Com mais de 900 milhões de usuários ativos, o Telegram tem sido alvo de críticas de governos e entidades em vários países. Autoridades acusam o aplicativo de facilitar a disseminação de desinformação e conteúdo ilegal, incluindo materiais de abuso sexual infantil.

Na França, promotores recentemente ligaram Durov a crimes cometidos através da plataforma, chegando a retê-lo para depoimentos. Na Moldávia, o aplicativo foi acusado de ser usado em uma suposta operação de influência russa contra a integração europeia do país.

O Brasil também se juntou à lista de países com críticas severas ao Telegram. O aplicativo enfrentou embates com o Supremo Tribunal Federal (STF) devido à sua resistência em atender ordens judiciais para remoção de conteúdo considerado ilegal.

Desafios com desinformação e extremismo

Os desafios não se limitam à área legal. Desinformação tem se tornado um problema crônico na plataforma. Durante enchentes na Espanha, em setembro, falsos relatos viralizaram no aplicativo, incluindo números inflacionados de vítimas e teorias conspiratórias de que o evento teria sido “fabricado” para prejudicar colheitas.

Grupos extremistas também utilizam o Telegram para recrutar membros e disseminar teorias racistas. Segundo pesquisadores e entidades de direitos civis, supremacistas brancos intensificaram suas atividades na plataforma às vésperas das eleições nos Estados Unidos, promovendo discursos de ódio disfarçados de “clubes de luta exclusivos para homens”.

Apesar das críticas, o Telegram afirma estar comprometido em combater a desinformação de forma eficaz. “Fazemos isso ao fornecer aos usuários apenas o conteúdo ao qual eles se inscreveram e oferecendo um sistema de verificação para identificar canais oficiais”, declarou Devon Spurgeon, porta-voz da empresa. “Não usamos algoritmos que promovem conteúdo sensacionalista.”

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