O que motivou os dois grupos a se unirem é a falta de residência médica, curso tão concorrido quanto o de graduação de medicina
A Yduqs, segundo maior grupo de ensino superior, e a Hapvida NotreDame Intermédica, maior operadora de planos de saúde do país, se juntaram na criação de cursos de especialização médica. Assim sendo, os alunos vão usar a estrutura hospitalar da operadora. Isto é, que possui uma rede própria com 85 hospitais e 77 unidades de pronto atendimento distribuídos no país.
O que motivou os dois grupos a se unirem é a falta de residência médica, curso tão concorrido quanto o de graduação de medicina. A oferta de residência médica no mercado não acompanha o volume de alunos formados em medicina, todos os anos. Em 2019, por exemplo, 20,3 mil estudantes concluíram a graduação de medicina. Muitos recém-formados acabam não fazendo a residência, e buscam uma especialização, curso menos burocrático para ser aprovado no MEC.
Os cursos
Diante disso, os primeiros cursos serão nas áreas de pediatria, ginecologia, obstetrícia e clínica médica e ministrados em Fortaleza (CE), Salvador (BA), Belém (PA), Manaus (MA) e Goiás (GO). Tanto a escolha das áreas médicas quanto das regiões foram baseadas na carência desses profissionais por praça”,disse Kenneth Almeida, diretor executivo de pesquisa, desenvolvimento e educação da Hapvida/NotreDame Intermédica.
“É uma especialização no mesmo padrão de uma residência, tem a mesma carga horária, conteúdo e exigências. E, incluímos outros temas como gestão hospitalar, saúde digital, modelos verticalizados de saúde que não são abordados numa residência”, explicou Marina Fontoura, vice-presidente de operações premium da Yduqs e presidente da Idomed, braço de medicina do grupo educacional.
Os alunos aprovados nos cursos de especialização poderão fazer nos hospitais da operadora dois plantões por semana, com remuneração de R$ 1,5 mil, cada, o que gera uma renda mensal de R$ 12 mil. A mensalidade do curso é de R$ 3,8 mil. “Na residência, os alunos têm uma bolsa de R$ 4 mil. No nosso caso, eles poderão fazer os plantões para arcar com a especialização”, disse Marina.