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5G pode chegar aos trancos e atrasos no interior do Brasil

A tecnologia 5G é aguardada para fazer a conectividade brasileira alcançar um patamar de país desenvolvido. Para tanto, deve ser estabelecida com um mínimo de planejamento e organização. Desde que o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, em 25 de agosto, o edital proposto pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para o leilão de exploração da tecnologia, o Ministério das Comunicações corre para mostrar serviço. A previsão é que até julho de 2022, todas as 27 capitais tenham cobertura 5G. O leilão tem valor previsto de R$ 44 bilhões e precisa contemplar todas as localidades com mais de 600 habitantes, a instalação de backhaul e novos equipamentos, além das redes de 4G em rodovias federais. Tudo isso somaria R$ 30 bilhões. Também estão previstas uma rede exclusiva do governo e um projeto para conexão da Região Norte, que custariam R$ 2,5 bilhões. A limpeza da faixa e a migração dos canais satélites que usam a frequência para transmissão de TV parabólica, sairá por R$ 3 bilhões. De modo geral, as faixas de frequência de 700 MHz, 2,3 GHz e 3,5 GHzR$ custarão 38 bilhões, enquanto a de 26 GHz, R$ 6 bilhões.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, pretende abrir o leilão em setembro, apesar de o edital, na forma como está, inviabilizar a participação das empresas brasileiras provedoras de internet. A exigências são de caráter técnico e podem ser contestadas. Esse detalhe pode prejudicar a implementação do 5G no interior. O principal afetado seria o agronegócio, que necessita da tecnologia para impulsionar o desenvolvimento de agtechs, o que conferiria ganhos de produtividade em um momento de perdas por estiagem.

A pressa pode pegar carona nos tropeços e hesitações. No passado recente, houve rusgas entre o Itamaraty, sob a gestão do ex-chanceler Ernesto Araújo, e a embaixada chinesa, que defende a Huawei. E empresa é um pivôs da guerra comercial dos EUA com a China. Agora que ânimos acalmaram – Araújo deixou o cargo -, as coisas poderiam caminhar, mas falta sintonia fina. O Consórcio 5G Brasil, que reúne mais de 400 empresas provedoras de internet nacionais, alerta para a necessidade da alteração do edital. Há um pingo graúdo de protecionismo no pedido, mas também um pouco de sentido na demanda. Em tese, esse serviço seria melhor oferecido por quem já atua pelo interior e agora teme ficar de fora.

Erros de implementação são comuns nestas viradas tecnológicas – e reversíveis com algum custo extra. O poder público desconhece os meandros dos avanços tecnológicos e se vê obrigado a decidir sobre questões fora de seu domínio. Foi o que ocorreu com o 4G, que implantado em 2012, demorou mais de 7 anos para atender todo o interior, prejudicando o agronegócio, as populações e o desenvolvimento regional. Com a pandemia, uma conectividade veloz e eficiente se tornou um serviço ainda mais valioso nos negócios e na educação.

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