Pesquisa descobriu que muitos dos 95 fundos climáticos examinados investiram em mineração e combustíveis fósseis
Um em cada sete fundos classificados como sustentáveis tem uma intensidade de emissões de carbono maior que a média em todos os fundos de investimento, e nenhum fundo marcado pelo clima tem uma carteira totalmente alinhada com a meta do Acordo de Paris, mostrou um estudo. Quem afirma é a plataforma de dados de sustentabilidade e tecnologia ESG Book, após fazer um pente fino para aferir a confiabilidade dos fundos de investimentos que já se dizem plenamente sintonizados com as causas ambientais, sociais e de governança.
Motivados pelos trilhões de dólares de investidores hoje vagando mundo afora em busca de negócios com perfil ESG para apostar suas fichas, muitos desses fundos têm nitidamente forçado a barra para serem admitidos neste clube ainda seleto.
Prova disso é que, entre os 515 fundos climáticos e ESG analisados pelo estudo, 73 mostraram uma taxa de intensidade de emissões acima da média, enquanto 15 deles ultrapassaram a marca de 400 toneladas de dióxido de carbono equivalente por milhão de dólares de receita, ou seja, mais que o dobro em relação ao desejável.
A análise também descobriu que muitos dos 95 fundos climáticos examinados pela ESG Books investiram em empresas de mineração e combustíveis fósseis, incluindo Shell, Exxon Mobil e BHP. Embora essas empresas possam ter um lugar nos fundos de transição climática, o ESG Book disse que incluí-las em fundos ‘conscientes do clima’ ou ‘cuidados climáticos’ parece “em desacordo com a definição de um fundo climático”.
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