Em depoimento a MONEY REPORT, Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope, analisa o cenário eleitoral no segundo turno. Confira os principais tópicos:
Corrida presidencial
“A eleição presidencial desse ano já está resolvida. Está bem claro que Jair Bolsonaro (PSL) deve ganhar de Fernando Haddad (PT) com uma diferença de em torno de 20 milhões de votos. É uma coisa que não pode ser tirada mesmo havendo debates. Porque são dois candidatos muito antagônicos.”
Atropelo em Minas Gerais
“Estamos vendo em Minas Gerais que o Novo, com Romeu Zema, vai sendo um trator em cima de Antonio Anastasia (PSDB). Apesar do tucano ser um bom gestor, a população não está perdoando a ligação dele no passado com Aécio Neves.”
Surpresa no Rio de Janeiro
“No Rio existe uma novidade que é o ex-juiz Wilson Witzel (PSC). As pessoas também estão punindo qualquer relação do Eduardo Paes (MDB) no passado com o ex-governador Sérgio Cabral.”
Tudo pode acontecer em São Paulo
“Em São Paulo temos uma eleição muito dura, com dois candidatos empatados. O João Doria (PSDB) com seus problemas de rejeição, de ter largado a prefeitura, de ter ‘traído’ Geraldo Alckmin. E o Márcio França (PSB) com seus problemas de ser desconhecido e também de ter tido apoio do PT e do pessoal da esquerda. Não sei o que vai prevalecer no final. Essa é a eleição mais indefinida hoje no Brasil.”
Tsunami eleitoral
“Essa é eleição mais difícil da história do Ibope nesses últimos 76 anos. O eleitor está totalmente revoltado com tudo. Um tsunami em cima de partidos tradicionais, políticos tradicionais e famílias tradicionais. As pessoas mostraram que não estavam satisfeitas com nada que estava acontecendo. Muita gente definiu em cima da hora. As eleições estaduais estavam totalmente de lado. Ninguém querendo debater isso. O debate no final era só presidente e depois que o presidente foi definido na cabeça dos eleitores é que eles partiram para governador e Senado.”
TV e redes sociais
“O WhatsApp e as redes sociais tiveram um impulso muito grande. Mostraram que televisão, figuras antigas, dinheiro, coligações, não valeram de nada.”
Desconfiança com as pesquisas
“Quem não acredita em pesquisa que continue não acreditando. Ela é mais uma informação em uma campanha. Ela não tem o desejo de ser a palavra definitiva. A palavra definitiva sempre será a urna. A pesquisa está indicando alguma coisa, mas o eleitor está muito veloz. Tem muita gente se decidindo na véspera e no dia da eleição.”