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A pesquisa do BTG mostra que as redes sociais turbinam Amoêdo e detonam Alckmin

A pesquisa divulgada nesta segunda-feira (27) pelo BTG Pactual sobre a corrida presidencial descortina uma questão importantíssima para o pleito de 2018 – a importância das redes sociais como veículo das propostas políticas.

Salta aos olhos o crescimento da candidatura de João Amoêdo. O candidato do Partido Novo aparece como terceiro colocado na enquete espontânea, com 3% das intenções de voto. Depois, na estimulada, surge com 4 pontos percentuais, com Lula ou sem Lula. Amoêdo aparece à frente de Álvaro Dias e colado em Ciro Gomes (com Lula) ou em Fernando Haddad (sem Lula).

Este crescimento mostra que eleição de 2018 recebe combustível diretamente das redes sociais. Não apenas do Facebook e do Instagram, mas principalmente através da militância que propaga ideias, memes e vídeos através do WhatsApp – considerado por muitos analistas a ferramenta mais eficaz de comunicação no pleito presidencial.

Amoêdo afina um discurso liberal com o uso cirúrgico das redes, talvez espelhando a estratégia de Jair Bolsonaro. Pode-se concordar com o candidato do PSL ou não. O fato é que, nos últimos dois anos, ele vem pavimentando sua campanha com base em uma mensagem que agrada em cheio um determinado público, disseminando-a através da rede. Sem estrutura partidária, tempo na televisão ou dinheiro no bolso.

A combinação entre narrativa eficaz (para o público) e redes sociais explicam o sucesso de Bolsonaro e a ascensão de Amoêdo. Ajudam também a elucidar a dificuldade que Geraldo Alckmin tem para crescer. O ex-governador não possui exatamente um discurso contundente e coerente. As mensagens de Amoêdo e Bolsonaro são claras. As de Alckmin não. Os discursos dos candidatos do Novo e do PSL ganham dimensão e força no mundo digital. O postulante do PSDB, por sua vez, joga suas fichas na televisão, cuja audiência cai ano após ano, e despreza a internet, que está ao alcance de praticamente todo brasileiro através de um smartphone.

Alckmin tem, no Facebook, 934 000 curtidas, está na política há décadas e ocupou o Palácio dos Bandeirantes, em diferentes ocasiões, por 14 anos. João Amoêdo, com poucos meses de campanha, tem 1,9 milhão de curtidas. Jair Bolsonaro tem 5,5 milhões. Marina Silva, 2,1 milhões. Alvaro Dias, 1,1 milhão.

O eleitor de Alckmin, para piorar, não se engaja na campanha de seu candidato. Assume seu voto de forma quase envergonhada. Faça um teste para comprovar isso. Na minha página pessoal do Facebook, tenho 2.249 amigos. Fui até a de Amoêdo. Dos meus amigos, 221 curtiram a página do candidato do Novo. Fiz o mesmo com a de Bolsonaro: há 92 pessoas comuns entre meus amigos e quem curtiu o ex-capitão. A página de Marina tem 181 nomes em comum com a minha. A de Ciro Gomes, 32. A de Henrique Meirelles (205.000 curtidas), conquistou 72 amigos meus. Já a de Alvaro Dias possui 84 nomes em comum.

Sabe quantos amigos meus curtiram a página de Geraldo Alckmin? Nenhum. Zero. Ninguém. E olhe que conheço várias pessoas que vão votar no ex-governador.

Essa falta de presença nas redes deixa Alckmin sem defensores. Ou seja, ele é achincalhado nas redes por gente demais e é defendido por um exército de Brancaleone. O resultado disso pode ser visto na pesquisa do BTG: Alckmin, hoje, tem a maior rejeição entre os candidatos: 59%.

Se vai conseguir reverter este quadro, ninguém sabe. Uma coisa é certa: sua estratégia digital tem de mudar. Recentemente, o candidato fez mudanças na sua equipe de redes sociais. O problema, neste caso, é que talvez a mudança tenha vindo tarde demais. Com rejeição alta, nenhum candidato cresce. E, para quem está em quarto lugar, estagnado há meses, a necessidade de crescer nas próximas semanas é imperativa.

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