Agência descobriu que radicais apoiaram os bloqueios de caminhoneiros em rodovias federais após a derrota de Bolsonaro
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou grupos neonazistas no Telegram após a eleição presidencial de 2022. O relatório confidencial, obtido pela coluna de Guilherme Amado do Metrópoles, mostra que esses grupos se uniram ao movimento golpista, buscando causar instabilidade nas instituições.
A Abin identificou que os grupos neonazistas compartilharam convocações para questionar a legitimidade dos resultados eleitorais e explorar narrativas de deslegitimação para avançar agendas extremistas violentas ou fomentar levantes armados.
Um exemplo coletado pela Abin mostrou membros nazistas apoiando os bloqueios realizados por caminhoneiros em rodovias federais após a derrota de Jair Bolsonaro.
Dentre os canais monitorados, havia grupos no Telegram com até 800 participantes. Esses nazistas se agrupavam em torno de diferentes bandeiras, como o movimento separatista da Região Sul e a promoção do ódio racial.
A coluna investigou e constatou que parte desses grupos permanece ativa no Telegram. Em abril, a plataforma foi temporariamente suspensa no país pela Justiça, após o aplicativo não fornecer os dados completos dos canais neonazistas à Polícia Federal.
As instituições que receberam o relatório da Abin foram questionadas sobre as medidas adotadas para investigar e combater a presença dos grupos supremacistas e neonazistas mencionados no relatório.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) afirmou em comunicado que não dispõe de informações sobre materiais possivelmente enviados a líderes que pertenciam ao governo anterior.
A Polícia Civil de Santa Catarina relatou ter realizado operações em Santa Catarina e em vários estados, resultando na prisão de pelo menos 19 pessoas envolvidas com movimentos supremacistas.
Até o momento da publicação, GSI, Polícia Federal e Telegram não haviam emitido posicionamentos.
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