Estudo analisou dados de incêndios florestais brasileiros entre 2011 e 2020
Manaus foi considerada a cidade com ar mais poluído do mundo em 11 de outubro por causa da fumaça das queimadas na Amazônia. Um estudo publicado na revista revista científica PeerJ, que cobre medicina e biologia, revelou que a principal causa dos incêndios na região é o desmatamento para abrir a mata às atividadess agropecuárias. Ou seja, a contribuição dos efeitos das mudanças climáticas é periférico neste caso.
O estudo analisou dados de incêndios florestais brasileiros entre 2011 e 2020. Os resultados mostraram que os índices de queimadas na Caatinga, Mata Atlântica e Amazônia estão praticamente no mesmo nível.
Na Amazônia, o desmatamento para atividades agropecuárias é a principal causa das queimadas. Além disso, a construção de estradas e ferrovias também contribui para a derrubada de árvores, que acabam servindo como combustível para o fogo se espalhar.
As recentes secas intensas na região amazônica também contribuem para a propagação do fogo. A vice-presidente executiva da Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (Abeco), Luisa Maria Diele-Viegas, aponta que as consequências das queimadas podem piorar ainda mais a situação climática.
“A degradação causada pelos incêndios pode criar feedbacks negativos, tornando a floresta menos capaz de reter água e, assim, agravando a seca e as condições propícias para mais incêndios”, explica Diele-Viegas.
Outras consequências dos incêndios na Amazônia são a perda de biodiversidade, a emissão de grandes quantidades de gases do efeito estufa e prejuízos à saúde dos moradores mesmo de áreas distantes e aos meios de subsistência das comunidades locais.