Coordenador da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba (PR) desde 2014, o procurador da República Deltan Dallagnol deve deixar o comando da operação nos próximos dias. Seu substituto será o colega de Procuradoria-Geral da República (PGR), Alessandro Fernandes Oliveira. Em nota oficial, a força-tarefa informou que Oliveira “é membro com maior antiguidade na Procuradoria da República do Paraná a manifestar interesse e disponibilidade para coordenar os trabalhos”.
O afastamento de procurador está relacionado a problemas de saúde de sua filha. A informação foi confirmada por uma publicação no Twitter de Dallagnol (abaixo). “É uma decisão difícil, mas o certo a fazer por minha família. Continuarei a lutar contra a corrupção como procurador e como cidadão”, escreveu.
Só que o futuro é incerto. Até 10 de setembro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, irá decidir se renovará os trabalhos das força-tarefa paranaense. Dallagnol é um dos grandes defensores da manutenção da equipe, mas seu trabalho já foi abertamente criticado por Aras, que recentemente afirmou que a Lava-Jato era uma “caixa de segredos”. A declaração foi rebatida por Dallagnol, que negou haver fatos a esconder. Em suas primeiras declarações públicas, Alessandro Fernandes Oliveira defendeu a continuidade das investigações no formato em que foram organizada: “Em time que está ganhando não se mexe”, disse.