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Alexandre de Moraes adota ‘morde e assopra’ com PRF

Ministro começou ameaçando, obteve um recuo e amenizou, evitando nova crise no dia do pleito

Após um jogo de força com o superintendente-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF),  Silvinei Vasques, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, declarou em coletiva, por volta das 15h45 desta tarde (30), que as eleições seguem dentro da normalidade e que “ninguém deixou de votar” por causa das blitze nas estradas. Ele afirmou: “As operações realizadas, e foram inúmeras operações realizadas, foram, segundo o diretor da PRF […], realizadas com base no Código de Trânsito Brasileiro. Ou seja: um ônibus com pneu careca, com farol quebrado, sem condições de rodar era abordado, e era feita a autuação”.

A declaração de Moraes acena com um alívio. Ao afirmar que as denúncias de que as blitze da PRF em estados do Nordeste serão investigadas para determinar se foram tentativas de barrar a chegada dos eleitores às urnas, mas que não houve atrasos e que nenhum veículo teve que retornar, o ministro se antecipou ao chefe da PRF, que depois de afirmar que seguiria com as operações até segunda-feira (1º), contrariando o TSE, recuou diante da possibilidade de ser processado e ter sua carreira comprometida. Vasques também abriu voto para Bolsonaro, mas apagou a postagem das redes sociais.

Ainda que Moraes tenha dito que o principal objetivo era verificar as condições dos veículos de transporte coletivo, não foi o que mostraram os vídeos, com engarrafamentos atingindo veículos de passeio. Também não houve justificativa da PRF para tamanha operação justo no dia da eleição. Foram registradas 549 bloqueios, com metade deles (272) nos nove estados nordestinos. Na Região Norte há 59 operações (10,7%) em andamento, enquanto no Sudeste e Sul, onde está concentrada a população e correm mais rodovias federais, só foram montados 96 bloqueios, 48 por região (8,74% cada). De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, até 12h30 a PRF conduzia 514 ações fiscalizatórias, 70% a mais que no primeiro turno, em 2 de outubro

Diante do impasse inicial com a PRF, Moraes começou a coletiva afirmando que o horário de funcionamento das seções eleitorais será mantido até as 17 horas. Ou seja, sinalizou que diante de atrasos dos eleitores, a Justiça Eleitoral poderia ampliar o pleito. Na prática, mordeu e assoprou seus críticos, evitando que uma nova crise institucional ganhasse corpo.

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