Bioma registrou 31.513 focos, segundo levantamento do Inpe
Dados oficiais divulgados nesta quinta-feira (1º) pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que a Amazônia registrou 31.513 focos de queimadas em agosto, o maior volume para o mês desde 2010, quando 45.018 locais foram constatados.
O índice também está acima da média histórica para o mês, que está em 26 mil (o cálculo do Inpe não considera os valores do ano corrente). Em 22 de agosto, o bioma teve o pior dia de queimadas em 15 anos, com 3.358 focos registrados no intervalo.
A especialista sênior em políticas públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo, afirmou que o resultado é desastroso. “Muita degradação ambiental, morte da fauna silvestre, doenças respiratórias na população nas diferentes faixas etárias. Os incêndios florestais na Amazônia estão batendo recordes neste ano em uma combinação de seca, explosão do desmatamento – impulsionada por um governo federal ecocida que vê a política ambiental como mero entrave a ser afastado – e uso inadequado do fogo associado ao próprio desmatamento”, avaliou.
No acumulado do ano, a Amazônia soma 46.022 registros de foco de incêndio. No ano passado, o mesmo período registrou um volume de 39.424. A temporada de incêndios geralmente ocorre na Amazônia entre junho e outubro, mas fazendeiros, garimpeiros e grileiros derrubam a floresta e se preparam para queimá-la durante todo o ano.
Neste ano, a Amazônia Legal (região que corresponde a 59% do território brasileiro e que engloba nove estados) teve o maior desmatamento em 15 anos, segundo dados do Imazon.