Em vez de acirrar as disputas no pós-Brexit – a saída do Reino Unido da União Europeia –, o país e o bloco querem estabelecer novas pontes após as relações terem se abalado por questões comerciais e o enfrentamento da pandemia. A intenção de momento é encontrar pontos de interesse em comum para construir tais vínculos.
Porém, um dos entraves é suavizar a relação na fronteira entre a Irlanda do Norte, parte do Reino Unido, e a Irlanda, um país da UE. Diplomatas, analistas e políticos veem a região com preocupação e a restauração da confiança evitaria um eventual recomeço de conflitos, que no passado tiveram fundo político e religioso.
O português João Vale de Almeida, que assumiu como embaixador da UE em janeiro de 2020, quando o Reino Unido deixou o bloco, tenta evitar uma nova crise. “Precisamos fazer um esforço para mudar a mentalidade e desistir de tentar marcar pontos nas disputas do passado, focando em fazer o que pudermos para tirar o máximo proveito dos acordos”. Entre os novos problemas na fronteira das Irlandas, onde os controles alfandegários ainda são frágeis, estaria o contrabando de bens, já que as taxações vão mudar de modo acentuado.