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As perspectivas do PSD, o novo fiel da balança

O PSD virou o primeiro turno como o partido que mais elegeu prefeitos no Brasil: foram 882 vitórias, tomando a liderança do MDB, que obteve 857 triunfos. Além disso, o comandante da sigla, o secretário estadual Gilberto Kassab, é um político tarimbado nas arte de costurar apoio político (está com pé no governo federal e na administração do governador Tarcísio de Freitas, o que mostra um jogo de cintura incomum). Por fim, o partido tem tudo para expandir sua base de deputados na Câmara daqui a dois anos: tem 42 parlamentares e é a quarta agremiação em tamanho.

A legenda deve chegar a 2026 como uma das maiores forças políticas do país e já é a fiel da balança no Congresso. Mas tudo vai depender da eleição que escolherá o sucessor de Arthur Lira na presidência da Câmara. Lira tentou trazer Kassab para seu lado, que é o de lançar o deputado Hugo Motta à sua sucessão. O comandante do PSD, no entanto, resiste ao assédio e prefere apoiar o nome de Antônio Brito, de seu próprio partido, na disputa.

Kassab é conhecido por ter um faro político apurado. Em 2022, todos os integrantes de seu partido queriam uma aliança com Rodrigo Garcia, que era vice de João Doria, ocuparia interinamente o Palácio dos Bandeirantes e disputaria a reeleição. Kassab, entretanto, não botou fé na vitória de Garcia e apostou em Tarcísio. Foi decisivo na costura de apoios regionais e depois nomeado como secretário de Governo e Relações Institucionais do estado de São Paulo.

Empossado, viu uma oportunidade ímpar com a derrota do PSDB: trazer os prefeitos tucanos para a sua sigla. Acabou conquistando 113 deles, em um movimento importante para consolidar a liderança regional para os pessedistas.

Portanto, se Kassab está insistindo em viabilizar uma oposição a Arthur Lira, é sinal de que enxergou alguma fissura na base do atual presidente da Câmara. Ele raramente escolhe um cavalo perdedor – e, para dar a vitória ao candidato Brito, está contando com votos de todas as matizes ideológicas que convivem na Câmara.

Aliás, a definição de Kassab para o próprio partido mostra que ideologia não é exatamente a sua prioridade número um. Em 2011, quando a legenda foi criada, um repórter perguntou ao secretário qual seria a linha política do partido. “Olhe, não será de direita, não será de esquerda nem de centro”, respondeu. “É um partido que terá um programa a favor do Brasil”.

Em tempos de polarização, o pragmatismo de Kassab pode levá-lo a gabinetes que são inalcançáveis por políticos de direita ou de esquerda. Para que seu trânsito seja total, contudo, é preciso ainda romper algumas barreiras, hoje delineadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto.

Bolsonaro e Costa Neto não querem saber de Kassab. Mas o mandachuva do PSD está sempre de portas abertas para conversar com todos, incluindo seus desafetos. Político à moda antiga, como Tancredo Neves, Gilberto Kassab pode ajudar a construir um caminho menos explosivo para a política brasileira.

Ele, no entanto, não quer ver Tarcísio como candidato à presidência em 2026. Seus planos, para variar, são baseados no pragmatismo: uma reeleição é muito mais certa do que uma candidatura à presidência. Neste caso, há um bônus: muitos apostam que, para um segundo mandato de Tarcísio, ele seria o vice da chapa e ocuparia o Bandeirantes em 2030, quando o governador finalmente disputaria o Planalto.

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