Na onda do plebiscito no Chile que decidiu que o país deverá ter uma nova Constituição, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), defendeu nesta segunda-feira (26) a realização de uma Assembleia Constituinte no Brasil. Segundo o Estadão, a sugestão de Barros foi feita em um evento chamado “Um dia pela democracia”. O parlamentar argumentou que a atual Carta Magna, de 1988, deixou o país “ingovernável”. “Acho que devemos fazer um plebiscito, como fez o Chile, para que possamos refazer a Carta Magna e escrever muitas vezes nela a palavra deveres, porque a nossa carta só tem direitos e é preciso que o cidadão tenha deveres com a Nação”, declarou. “A nossa Constituição, a Constituição cidadã, o presidente (José) Sarney já dizia quando a sancionou, que tornaria o país ingovernável, e o dia chegou, temos um sistema ingovernável, estamos há seis anos com déficit fiscal primário, ou seja, arrecadamos menos do que gastamos, não temos capacidade mais de aumentar a carga tributária, porque o contribuinte não suporta mais do que 35% da carga tributária, e não demos conta de entregar todos os direitos que a Constituição decidiu em favor de nossos cidadãos”, acrescentou. Barros falou ainda da necessidade de equilibrar os Poderes, apontando que “o poder fiscalizador ficou muito maior que os demais”. “Os juízes, promotores, fiscais da Receita, agentes do TCU, da CGU, provocam enormes danos com acusações infundadas e nada respondem por isso, nunca respondem por nada, e o ativismo político do Judiciário está muito intenso, muito mais do que jamais poderíamos imaginar, então é preciso sim que nós possamos rever o nosso sistema”, afirmou.