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Bolsonaro, Braga Netto, Heleno e Waldemar são os indiciados por golpe

Também estão no relatório da PF outros 32, incluindo Ramagem, ex-Abin, generais da ativa e da reserva, oficiais das forças especiais, coronel Mauro Cid, ex-assessores e até o neto do último ditador brasileiro

A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quinta-feira (21) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o general Braga Netto (PL) e outras 35 pessoas sob suspeita de envolvimento em crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

As provas e indícios foram colhidas e comparadas ao longo de 22 meses e 13 dias, desde o 8 de Janeiro. Segundo a PF, as provas incluem quebras de sigilo telemático, bancário e fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, além de outras diligências autorizadas pelo Judiciário.

Esta é a primeira vez na história democrática do Brasil que um ex-presidente é formalmente indiciado por conspirar contra a democracia. A divulgação da lista de indiciados, autorizada pelo STF, busca evitar a disseminação de informações incorretas sobre o caso.

Entre os nomes citados, além de Bolsonaro e Braga Netto, estão militares e ex-assessores próximos ao ex-presidente, seis generais, ex-ministros, o presidente do Partido Liberal (PL), Waldemar Costa Neto, e até Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, neto do último ditador brasileiro, João Figueiredo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) analisa a possibilidade de fundir os inquéritos relacionados ao caso.

O relatório foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF): general Mário Fernandes (à esquerda) seria o organizador da ação frustrada


Os cinco principais indiciados são suspeitos dos seguintes crimes: golpe de estado (4 a 12 anos de prisão), abolição violenta do estado democrático de Direito (4 a 8 anos de prisão); integrar organização criminosa (3 a 8 anos de prisão)
  • Jair Bolsonaro

Cargo: Ex-presidente da República, derrotado nas eleições de 2022.

Motivação: Beneficiário direto do golpe, que visava reconduzi-lo ao poder pela força das armas.

  • Walter Braga Netto

Cargo: General da reserva do Exército, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, e candidato a vice-presidente na chapa derrotada em 2022.

Participação: Envolvimento ativo no planejamento e na execução de estratégias que visavam desestabilizar a democracia.

  • Augusto Heleno

Cargo: General da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Papel: Líder do gabinete de crise que planejava ações após a eliminação de figuras como Lula, Alckmin e Moraes.

  • Alexandre Ramagem

Cargo: Delegado da Polícia Federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Envolvimento: Uso da inteligência estatal para favorecer ações antidemocráticas.

  • Valdemar Costa Neto

Cargo: Presidente do Partido Liberal (PL).

Papel: Figura chave no partido que sustentou as ações golpistas.

De acordo com a PF, eram operados diferentes núcleos, com tarefas específicas para derrubar o novo governo. Essa prática configuraria crime de organização criminosa.

s núcleos de atuação do golpe

a) Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
b) Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
c) Núcleo Jurídico;
d) Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
e) Núcleo de Inteligência Paralela;
f) Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas

A lista de todos os indiciados
  • Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado acusado de intermediar a fraude nos cartões de vacinação contra covid-19;
  • Alexandre Castilho Bitencourt da Silva, coronel e um dos autores da “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa e Exército Brasileiro”;
  • Alexandre Rodrigues Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Informações envolvido no caso da Abin Paralela;
  • Almir Garnier Santos, almirante e ex-comandante da Marinha;
  • Amauri Feres Saad, advogado citado na CPI dos Atos Golpistas como “mentor intelectual” da minuta do golpe;
  • Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça e com quem foi encontrada a Minuta do Golpe;
  • Anderson Lima de Moura, coronel e um dos autores da “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa e Exército Brasileiro”;
  • Angelo Martins Denicoli, major da reserva que atuou na direção no Ministério da Saúde na gestão Pazuello;
  • Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
  • Bernardo Romão Correa Netto, coronel acusado de integrar núcleo que incitava militares a aderirem à intervenção militar para impedir a posse de Lula;
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, engenheiro contratado pelo PL para questionar vulnerabilidade das urnas eletrônicas nas eleições de 2022;
  • Carlos Giovani Delevati Pasini, coronel que participou da elaboração da “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores”;
  • Cleverson Ney Magalhães,  coronel da reserva do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres (COTer);
  • Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, general da reserva e ex-chefe do COTer;
  • Fabrício Moreira de Bastos, coronel supostamente envolvido com carta de teor golpista;
  • Filipe Garcia Martins, ex-assessor da Presidência que participou da reunião da minuta de golpe
  • Fernando Cerimedo, empresário argentino que fez live questionando a segurança das urnas eletrônicas;
  • Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército e um dos encarregados pelo monitoramento clandestino de opositores políticos pela Abin Paralela;
  • Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel exonerado e ex-comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas, em Goiânia – em fevereiro ele desmaiou ao ser detido pela PF;
  • Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel identificado em trocas de mensagens com Mauro Cid;
  • Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente do Brasil;
  • José Eduardo de Oliveira e Silva, padre da diocese de Osasco que disseminou as intenções de golpe;
  • Laercio Vergilio, general da reserva que apoiaria os golpistas;
  • Marcelo Bormevet, policial federal envolvido na Abin Paralela;
  • Marcelo Costa Câmara,  coronel da reserva e ex-assessor do ex-presidente Bolsonaro;
  • Mário Fernandes, ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, general da reserva e homem de confiança de Bolsonaro, seria o cabeça do planejamento dos atentados contra Lula, Alckmin e Moraes;
  • Mauro Cesar Barbosa Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, seria quem intermediaria as mensagens com o núcleo militar;
  • Nilton Diniz Rodrigues, general suspeito de participar da trama;
  • Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, empresário e neto do ex-presidente ditador, general João Baptista de Oliveira Figueiredo (1918-1999);
  • Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira,  ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército;
  • Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel do Comando de Operações Especiais;’
  • Ronald Ferreira de Araujo Junior,  tenente-coronel;
  • Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros,  tenente-coronel do núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral;
  • Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Bolsonaro que lideraria o gabinete do ódio;
  • Valdemar Costa Neto, presidente do PL;
  • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, da Defesa e vice de Bolsonaro na chapa da reeleição, em 2022;
  • Wladimir Matos Soares, policial federal que participou da segurança de Lula durante a transição. Ele abasteceria os golpistas sobre a rotina do presidente eleito.

“Com a entrega do relatório, a Polícia Federal encerra as investigações referentes às tentativas de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, informou a PF.


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