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Bolsonaro chama embaixadores estrangeiros para criticar sistema que o elegeu

Encontro é resposta ao presidente do TSE, Edson Fachin, que falou a diplomatas sobre risco de golpe

O presidente Jair Bolsonaro (PL) encontra nesta segunda-feira (18) cerca de 40 embaixadores no Palácio da Alvorada, em Brasília. Segundo Bolsonaro, o objetivo da reunião é discutir sobre supostas fragilidades no sistema eleitoral brasileiro e contestar declarações do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin, sobre a possibilidade de um golpe de estado por parte de Bolsonaro. O presidente tem questionado a eficácia das urnas eletrônicas, falado em fraude, mas nunca apresentou provas. Na apresentação, um slide da Presidência tinha um erro de ortografia em inglês: “Brienfing” (o correto é “briefing”).

Em mais de um momento, Bolsonaro tentou desacreditar os ministros, relacionando especialmente Fachin e Barroso ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No início do encontro, o presidente disse que basearia a apresentação em um inquérito da Polícia Federal (PF) sobre o suposto ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2018. “Segundo o TSE, os hackers ficaram por oito meses dentro do computador do TSE, com código-fonte, senhas — muito à vontade dentro do TSE. E [a Polícia Federal] diz, ao longo do inquérito, que eles poderiam alterar nome de candidatos, tirar voto de um e mandar para o outro”, disse Bolsonaro.

Bolsonaro também voltou a atacar os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, presidente do TSE, e Alexandre de Moraes, que assumirá o comando da corte Eleitoral em 16 de agosto. “O senhor Barroso, também como o senhor Fachin, começaram a andar pelo mundo me criticando, como se eu estivesse preparando um golpe por ocasião das eleições. É o contrário o que está acontecendo.” O presidente ainda sugeriu que os ministros atuariam no TSE para barrar medidas de transparência. O objetivo, segundo Bolsonaro, seria eleger “o outro lado”.

Estiveram presentes no encontro, além dos diplomatas, os ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Ciro Nogueira (Casa Civil), Luís Eduardo Ramos (Secretaria-Geral), além do ex-ministro Braga Netto, que será vice na chapa de Bolsonaro.

Fachin afrontado

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, recusou o convite. Em resposta à Presidência, Fachin alegou que, como presidente da Corte que julga a legalidade das ações de pré-candidatos e candidatos, “o dever de imparcialidade impede de comparecer a eventos por eles organizados”. Além de Fachin, o ministro Luiz Fux, que preside o Supremo Tribunal Federal (STF), também foi convidado, mas não confirmou presença.

O encontro também serviu para um contraponto à decisão do ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de ampliar a presença de missões estrangeiras como observadoras das eleições gerais, a contragosto do Planalto. Bolsonaro também pretende rebater palestras no exterior do próprio Fachin e do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), nas quais alertaram a comunidade internacional para os riscos de ruptura democrática no Brasil.

O presidente da República deu a entender que a reunião com os embaixadores seria uma “resposta” ao ministro Fachin. Recentemente, a Corte Eleitoral fez uma reunião com os representantes das embaixadas para mostrar como funcionam as urnas eletrônicas brasileiras.

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